Tancos: Culpa "é do Exército". Problema do Governo foi "gestão política"
Francisco Louçã analisa o tema que tem marcado as últimas semanas, o assalto aos paióis de Tancos, e as repercussões que este teve ao nível social e político.
© GlobalImagens
Política Francisco Louçã
Muito já se noticiou e opiniou sobre o assalto aos paióis de Tancos. Por sinal, no mesmo dia em que o ministro da Defesa foi ouvido sobre o assunto, Francisco Louçã deu o seu parecer sobre a matéria, no habitual espaço da SIC Notícias, e onde afirmou que “a responsabilidade de não ter havido oposição a um assalto de enorme gravidade é evidentemente do Exército”.
O antigo líder do Bloco de Esquerda considerou que tanto o incêndio de Pedrógão como o assalto a Tancos “deixam o Governo numa posição mais difícil”, uma vez que “terminou o tempo mágico das conclusões económicas”.
Sobre ambos os temas, o Executivo cometeu “alguns erros importantes” que têm a ver com a gestão política de ambos. No caso de Pedrógão, “agiu bem no terreno operacional e mal no terreno político”, o mesmo que aconteceu com Tancos.
"A responsabilidade da gestão daqueles paiós é do Exército"Ainda antes de explicar esta má gestão, Louçã recorda que o sistema de videovigilância não estava operacional desde 2012 e que, no dia do próprio assalto, “o sistema local não existia”, isto é, “durante 20 horas, não houve rondas”.
“É por isso que é bastante constrangedor que oficiais, mesmo na reserva, tenham sugerido aquela manifestação de entregar as espadas, porque, em todas estas matérias operacionais, o Exército tem a responsabilidade de decidir e, ou não decidiu, ou decidiu mal e isso abriu brecha para este roubo. A responsabilidade da gestão daqueles paióis é dos militares, portanto, a responsabilidade de não ter havido oposição a um assalto de enorme gravidade é evidentemente do Exército”, sustentou.
Voltando à liderança governativa, o economista critica Azeredo Lopes, ministro da Defesa, por ter “desvalorizado” o assalto nas suas primeiras intervenções públicas após a realização do mesmo”. A isto, aliou-se ainda a ausência de António Costa que, estando de férias, não se pronunciou sobre o assunto, deixando essa responsabilidade ao ‘número 2’, o ministro dos Negócios Estrangeiros, e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“O Governo fragilizou-se, sobretudo, porque criou uma situação em que foi o Presidente quem geriu a resposta operacional ao roubo, promovendo reuniões e suscitando iniciativa das várias forças envolvidas na segurança. Isto é uma função do Governo, não é do Presidente. Ainda bem que o fez em certa medida, porque deu um sinal de que havia uma resposta, mas essa resposta cabia ao Governo”, lamenta.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com