Declarações de André Ventura são "um crime, não liberdade de opinião"
Candidato do PSD e CDS à Câmara Municipal de Loures afirmou que “há minorias no nosso país que acham que estão acima da lei”, referindo-se à etnia cigana.
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Política Barbosa Ribeiro
Tiago Barbosa Ribeiro ouviu com descrédito as recentes declarações de André Ventura sobre a etnia cigana. Em entrevista ao Notícias ao Minuto, o candidato à Câmara Municipal de Loures afirmou que “há minorias no nosso país que acham que estão acima da lei”, tendo reforçado a sua posição depois das críticas que lhe foram proferidas.
Ora, para o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro, tais palavras não só não configuram o exercer do direito da liberdade de expressão como constituem um crime. “Chegámos ao racismo e a um novo patamar de extremismo, baseado na exploração de sentimentos primários de discriminação étnica. Trata-se de um crime, não de liberdade de opinião”, atirou Barbosa Ribeiro, numa publicação no seu perfil no Facebook.
Considerando que, “se PSD e CDS mantiverem o apoio a este candidato, isso já diz menos deste proto-fascista do que dos partidos pelos quais ele se candidata”, o socialista acrescenta que “há muito que o PSD e o CDS se têm vindo a afastar da matriz de cada partido” e que “estão ideologicamente entrincheirados e radicalizados, ao mesmo tempo que acusam os outros de radicalismo”.
E as farpas dirigem-se essencialmente ao CDS e ao seu ex-líder Paulo Portas. “Verdade seja dita que foi o CDS, o mais populista dos partidos na Assembleia da República, a abrir a porta à institucionalização deste tipo de discurso primevo e ignorante sobre a ‘subsidiação da preguiça’, sabendo, mas escondendo, o real custo do RSI, a sua tipologia de distribuição por agregado e o seu impacto para a contenção da pobreza mais extrema, em especial das crianças”, começou por escrever Barbosa Ribeiro.
“Paulo Portas fez disso uma causa cultural do CDS porque é mais fácil generalizar um discurso baseado na exploração da pulsão populista do que na realidade, atacando os pobres dos mais pobres enquanto se subsidiavam bancos, empresas rentistas e trabalho precário com ‘políticas ativas’ desfocadas e mal empregues”, rematou.
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