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Críticas do PS a Rangel mostram um "virus venezuelano"

O PSD considera que as críticas do deputado António Galamba à intervenção do social-democrata Paulo Rangel sobre as consequências dos cortes orçamentais mostram "um vírus venezuelano" e uma tentativa de "silenciar" quem pensa de maneira diferente.

Críticas do PS a Rangel mostram um "virus venezuelano"
Notícias ao Minuto

20:37 - 01/09/17 por Lusa

Política Duarte Pacheco

"Um vírus venezuelano pode estar a atacar o Partido Socialista e manipula a informação, faz afirmações que sabe serem falsas, e ainda recentemente António Costa acusou o líder do PSD de ter criticado os bombeiros; sabe que não é verdade mas fez a afirmação, não se pede desculpa nem se retrata", disse Duarte Pacheco à Lusa, reagindo às críticas de António Galamba à intervenção que o social-democrata Paulo Rangel fez na 'Universidade de Verão' do PSD.

Para o PSD, a reação socialista às críticas feitas esta manhã "tem um fim, que é 'bullying' político, é condicionar as intervenções de pessoas independentes, de pessoas que são deputados, dirigentes, antigos Presidentes da República, que falam sobre os problemas concretos do país".

Há, por isso, "uma tentativa de silenciar todos os que pensam de maneira diferente, com um tique socrático; é uma forma de estar na política que manifestamente repudiamos e apelamos a que o bom senso volte à casa socialista".

Na origem desta declaração do PSD estão as críticas do socialista António Galamba à intervenção de Paulo Rangel, esta manhã na Universidade de Verão do PSD.

Paulo Rangel acusou o primeiro-ministro de "confundir o Estado social com o Estado salarial", aumentando rendimentos mas, para cumprir as metas orçamentais europeias, fazer "cortes brutais" em áreas como a educação, saúde, segurança e proteção civil.

"O que lamento é que, para cumprirmos as metas europeias e criar a tal ilusão do Estado salarial, tenhamos criado condições de deterioração, de degradação dos nossos serviços públicos essenciais que já causaram vítimas e não foram poucas, é isto que eu lamento", disse Rangel, numa referência implícita às vítimas mortais (pelo menos 64) dos incêndios que começaram em Pedrógão Grande.

Na resposta, o PS considerou "indigno" que Paulo Rangel tente tirar ganhos políticos da tragédia de Pedrógão Grande, acusando o eurodeputado do PSD de mentir porque o Governo não fez cortes, mas sim aumentou orçamentos em áreas centrais do Estado.

"Aquilo que Paulo Rangel diz é grave por duas razões: a primeira é que é pura e simplesmente mentira o que diz porque não houve qualquer corte, muito menos um corte brutal, na saúde, na educação ou na proteção civil", acusou o porta-voz do PS, João Galamba, garantindo que "os orçamentos nessas áreas cresceram todos", dados que "são públicos e facilmente comprováveis".

Por outro, "a tentativa de instrumentalização da tragédia de Pedrógão Grande para ganhos políticos" é, na opinião do socialista, "uma atitude indigna que resulta do desespero político em que o PSD se encontra".

Duarte Pacheco reconhece que "Paulo Rangel falou em vítimas, é verdade", mas disse subscrever a afirmação: "Há vítimas da atual política orçamental socialista; quando se dá um aumento das pensões mas a seguir, porque se querem cumprir metas orçamentais, se corta nas transferências para os diversos serviços do Estado, há pessoas que ficam pior servidas, seja na Educação, seja na Saúde, onde hoje soubemos que há listas de espera grandes e que cresceram para cirurgias".

As pessoas "que têm pior tratamento pelo Estado são vítimas desta política orçamental e querer dizer que Paulo Rangel disse coisas que não disse é uma tentativa clara de condicionar quem pensa de maneira diferente", vincou o deputado social-democrata.

Questionado sobre se os orçamentos para os setores da Educação, Saúde e proteção civil aumentaram, como diz o PS, ou diminuíram, como diz o PSD, Duarte Pacheco respondeu: "Não interessa o que eles escrevem no Orçamento, interessa aquilo que é efetivamente gasto, porque até se pode pôr lá 50 milhões a mais mas a seguir cativa-se 60 milhões e na prática um determinado serviço fica com menos 10 do que tinha antes".

Duarte Pacheco lembra que a Conta Geral do Estado mostra cativações de 950 milhões de euros em 2016, "o dobro do que tinha acontecido em 2015, e não há registo de um valor tão alto".

Para o PSD, estes cortes "não foram feitos na estratosfera, foram nos diversos ministérios, como a Conta Geral do Estado o demonstra e inclui precisamente esses ministérios da Defesa, Administração Interna e Saúde", por isso "querer desmentir números oficiais é querer atirar areia para os olhos das pessoas que podem estar menos informadas, mas só se deixa enganar quem quer".

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