FT: Governo de Costa teve as "estrelas alinhadas" para sair do 'lixo'
Num artigo publicado esta terça-feira, o jornal de economia britânico Financial Times atribui a António Costa a sorte de ter tido as “estrelas alinhadas” na economia global quando chegou ao Governo, o que permitiu uma melhoria da economia nacional.
© Global Imagens
Política Financial Times
O jornal Financial Times faz uso da expressão “comeback kid”, que significa alguém que ultrapassa um período negativo com sucesso, para descrever Portugal depois de ter sido retirado do nível de ‘lixo’ por parte da Standard & Poor’s, na passada sexta-feira e apresenta o país como “a história de sucesso socialista da zona euro”.
No artigo, a jornalista Mehreen Khan afirma que “há um governo socialista a fazer consolidação orçamental e com a popularidade a subir”, atribuindo isso ao facto de as “estrelas” se terem alinhado na economia global na mesma altura em que a governação socialista assumiu o poder.
A jornalista justifica esta “inversão das sortes de Portugal” à luz da “melhoria das perspetivas económicas da zona euro e a nível global, este ano”. As exportações melhoraram, o investimento aumentou e o crescimento acelerou, sublinhando ainda que terá sido isso o que “ajudou a estreitar o buraco orçamental de Portugal para o mais baixo em mais de duas décadas”.
Apesar do elogio a António Costa e à governação portuguesa, a jornalista defende, no entanto, que “os socialistas estão, também, a colher os frutos das reformas dolorosas que o anterior-governo, de centro-direita, fez no mercado de trabalho”.
“Mas por sua parte, o Sr. Costa ajudou a limpar um sistema bancário com problemas e apesar de uma série de aumentos do salário mínimo, prometeu manter o rumo da consolidação das contas públicas”, reconhece Mehreen Khan.
A correspondente do jornal britânico em Bruxelas, aponta ainda novamente a 'sorte' como um fator importante para que o governo socialista não tenha “sido manchado pelas políticas impopulares do governo que geriu o país durante a crise”.
A confiança dos portugueses está, agora, num patamar tão elevado, “que se espera que apresentem a candidatura do ministro das Finanças a presidente do Eurogrupo, até ao final do ano”, refere por fim.
Quanto aos partidos socialistas que olham para Lisboa “invejosos”, desde Paris até Berlim, deixa um recado: “O timing é tudo”.
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