A noite eleitoral de domingo avizinha-se cada vez mais negra para o PSD. Desde o início da campanha que as sondagens não têm sido favoráveis aos sociais-democratas que arriscam um resultado desastroso nas duas maiores cidades: Lisboa e Porto.
A situação na invicta nunca foi propriamente fácil para o PSD, tendo em conta a liderança do independente Rui Moreira. A rutura do socialista Manuel Pizarro polarizou o eleitorado, mas a expetativa sempre foi a de uma corrida a dois, deixando os sociais-democratas de fora.
Já o caso de Lisboa, depois de diversas tentativas da direção do partido em trazer, por exemplo, Pedro Santana Lopes para a corrida autárquica, começou a ficar cada vez mais preocupante, revelando um partido descoordenado e sem um nome forte capaz de ombrear com Fernando Medina. Teresa Leal Coelho foi a escolhida e no domingo arrisca mesmo ficar atrás da outra candidata da Direita, Assunção Cristas, líder do CDS.
Segundo o estudo de opinião da Eurosondagem para a SIC e para o Expresso, o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato do PS, Fernando Medina, deverá mesmo conseguir a maioria absoluta. De acordo com as projeções, deverá ter 43,3% dos votos, o que lhe permite arrecadar nove dos 17 vereadores.
A candidata do PSD fica nos 12,5% e é ultrapassada por Assunção Cristas, que, segundo as previsões, conseguirá um resultado histórico de 17,5%, com três vereadores eleitos. A verificar-se este cenário, estamos perante o melhor resultado de sempre do partido na capital, o que pode ser ver visto como uma vitória a nível nacional.
Na quarta posição da mesma sondagem surge a CDU, encabeçada por João Ferreira, atual vereador e eurodeputado, com 10,1% das intenções de voto, o que lhe permite eleger dois vereadores, ou seja, consegue manter os que detém atualmente. Em quinto lugar aparece Ricardo Robles, do Bloco de Esquerda, com 5,7%, e um vereador.
Moreira liberta-se de Pizarro mas maioria absoluta é incógnita
Mesmo quando Manuel Pizarro, do PS, rompeu com Rui Moreira e decidiu ir a eleições, tudo apontava para uma caminhada tranquila do independente que em 2013 conseguir arrecadar a Câmara Municipal do Porto.
Contudo, na última semana, esta vitória dada como adquirida começou a ser posta em causa e os telefones na campanha de Rui Moreira não pararam de tocar. Algumas sondagens chegaram mesmo a dar um empate técnico entre os dois candidatos, levando o candidato independente a falar em “manipulação da opinião pública”.
De acordo com a sondagem da SIC/Expresso, Rui Moreira deverá mesmo ganhar no Porto, sendo, contudo, incerto se com ou sem maioria absoluta. As projeções dão-lhe 40,8%, com seis ou sete vereadores de um total de 13. Manuel Pizarro surge em segundo, com menos 10 pontos percentuais, o que lhe permite eleger quatro ou cinco vereadores.
À semelhança do que acontece em Lisboa, também na invicta o PSD, neste caso coligado com o PPM e na lista encabeçada por Álvaro Almeida, fica em terceiro lugar, com 11% dos votos. Nesse sentido, a dúvida é saber se elege um ou dois vereadores. Seguem-se Ilda Figueiredo pela CDU, com 6,9%, que arrecada um vereador, e em quinto João Teixeira Lopes, do Bloco de Esquerda, com 5,4%, podendo, desta forma, eleger um vereador.
Isaltino regressa para (voltar a) vencer
Nas autárquicas, é sempre interessante analisar o caso dos ‘dinossauros’ políticos que ou se perpetuam há uma série de anos no poder, ou que regressam depois de outros tantos à frente das autarquias.
Um dos casos que gera particular atenção mediática é o de Isaltino Morais que volta a concorrer a Oeiras, agora como independente, depois de ter estado cerca de um ano preso por fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
A mesma sondagem referida em cima dá a vitória ao movimento Isaltino, Inovar Oeiras de Volta com 36,7%, que consegue, desta forma, cinco vereadores, ficando a um da maioria absoluta.
Paulo Vistas, atual presidente da Câmara, surge em segundo lugar com 16,8%, o que lhe dá dois vereadores, precisamente os mesmos que o PS, encabeçado por Joaquim Raposo (14%).
Em quarto lugar, surge a coligação PSD/CDS/PPM de Ângelo Pereira com 10% das intenções de voto e um vereador eleito. Seguem-se, também com um vereador cada, a CDU de Heloísa Apolónia, com 8%, e Miguel Pinto, do Bloco do Esquerda, com 3%.