Santana admite candidatura a liderança do PSD. Está a “ponderar"
Santana Lopes revelou, na antena da SIC, ter recebido mensagens de incentivo para avançar com uma candidatura à liderança do PSD.
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Política Diretas
O atual provedor da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, não exclui uma possível candidatura à liderança do PSD, depois de Passos Coelho ter refletido e decidido não se recandidatar a um próximo mandato. Na antena da SIC Notícias, esta terça-feira, Santana admitiu estar a "ponderar" avançar.
“[Estou] a ponderar, obviamente. Quando acontece uma situação destas temos que ponderar. Mesmo que cada um comece a apresentar 100 nomes de barões ou baronetes, quem vota são os militantes”, disse o social-democrata, revelando ter recebido muitas mensagens de incentivo.
Reagindo à decisão de Passos Coelho, de não se recandidatar, Santana elogiou a “categoria demonstrada” pelo ainda líder do PSD.
“Durante estes anos fiz tudo para que ele [Passos] ficasse, não fiz tudo para que ele saísse, procurei compreendê-lo, não concordei sempre com ele, mas acho que demonstrou, mais uma vez, o seu sentido de Estado e sentido de responsabilidade. Tem a sua linha, as suas ideias. Mas é, de facto, uma pessoa de uma categoria à parte”, comentou Santana, sublinhando a sua consideração, amizade, respeito e gratidão por Passos.
A decisão de Passos Coelho de não se recandidatar é, para Santana, “compreensível”. “Ele não quis que a luta que vai até às próximas legislativas continuasse centrada entre o atual Governo e ele próprio e o governo anterior”, disse, frisando, no entanto, que se fosse candidato “estaria a seu lado”. “Dar-lhe-ia o meu apoio”, notou.
Quanto à alternativa a Passos de que tanto se fala, Rui Rio, que reúne um aparente consenso, Santana realçou que nunca gostou de “consensos fabricados antes do tempo” e “cada um reúne com quem quer onde quer”.
Presente no mesmo espaço de comentário, António Vitorino disse ter visto hoje em Pedro Passos Coelho um “homem que sai sem ressentimentos, mas um homem sofrido”.
E, de alguma forma, esse sofrimento pessoal resulta do facto de – acho que até o próprio reconhece – de não ter conseguido superar o desafio com que estava confrontado, de reinventar-se como líder do PSD perante a nova conjuntura política”, considerou o socialista, reconhecendo “alguma lucidez, transparência e honestidade na maneira como o assume”.
No entender de António Vitorino, o PSD sairá enfraquecido desta crise se resumirem tudo à escolha da pessoa. O grande desafio do PSD é saber se vai reposicionar-se na sociedade portuguesa”, defendeu.
Por seu turno, Santana considerou que quem se candidatar à liderança do PSD “tem que ser livre para dizer ao que vem, como e de que maneira quer fazer”.
“Nesta altura, a dois anos das Legislativas, julgo que não pode nenhum líder candidatar-se com a ambição de ser segundo seja de que outro partido for. O sonho do PPD/PSD sempre foi ser primeiro, ganhar eleições e tem o direito de ter esse sonho outra vez e não uma resignação de uma situação de subalternidade. ", defendeu Santana.
"Cada líder tem que ser igual a si próprio. Acho que aqueles que mais criticaram Passos Coelho antes, seriam, por ventura, os que mais dificuldades teriam em descolar da sombra dele, por terem receio de serem acusados de infidelidade”, atirou quando questionado sobre o que poderá distinguir Rio de Passos.
Santana sublinhou que este é um processo complexo e duro para o PSD. “É um tempo de tristeza. Pode haver alguns a deitar foguetes, mas a grande maioria das bases estão tristes hoje”. E, no que toca à corrida nas eleições diretas do partido, “pode surgir alguém inesperado”. “É preciso ter calma. (…) e não tem a ver com o número de tropas que se têm, percorre-se o país todo e depois contam-se os votos no fim”, disse ainda, assegurando que não há “consenso rigorosamente nenhum” em torno de uma figura. “Não vai haver um só candidato e vai ser muito disputado”, afiançou.
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