Centeno no Eurogrupo "é uma espécie de seguro de vida" para Portugal
Bagão Félix foi o convidado desta quarta-feira do segmento Grande Entrevista da RTP3 e debruçou-se, entre outros temas, sobre a eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo.
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Política Bagão Félix
Mário Centeno, ministro das Finanças português, foi eleito presidente do Eurogrupo na passada segunda-feira. A notícia foi, naturalmente, recebida com satisfação pelo Governo e pelo Presidente da República, que chegou até a usar a analogia do “patinho feio da Europa” que se tornou “num cisne resplandecente”.
Bagão Félix, em entrevista na RTP3, concorda com a parte do “patinho feio” mas decide não elaborar em relação ao “cisne resplandecente”. Concede, porém, que “foi bom para o país” e que se trata de “um benefício reputacional de um país que soube, em momento de grande dificuldade, ultrapassar os problemas”.
“Mário Centeno é um ministro das Finanças atípico, ou seja é uma pessoa bastante cordata, bastante prudente, sensata, conciliadora. (…) Mário Centeno consegue ser conciliador sem pôr de lado [a procura em] atingir os objetivos a que se propôs”, acrescentou o democrata cristão, sublinhando que ele próprio foi ministro das Finanças “num tempo bastante diferente”.
Recorde-se que Bagão Félix foi ministro das Finanças no governo de Santana Lopes, que, na altura, resultou de um entendimento entre o PSD e o CDS-PP.
“Nesta eleição, num contexto de várias conjugações positivas, Mário Centeno também conseguiu uma coisa bastante positiva. Começou com alguma desconfiança dos seus pares e, passo a passo, sem alardes, nem vedetismo, nem excessos, conseguiu ultrapassar isso tudo e convenceu os seus pares”, admitiu.
Bagão Félix fez, ainda, uma outra apreciação sobre o impacto da eleição do governante português naquele organismo europeu. “Sendo [um ministro das Finanças] sobretudo escrutinado, vai ser agora um presidente do Eurogrupo escrutinador”, vaticina.
“Isso é positivo porque um ministro escrutinador, no contexto da zona Euro, não pode deixar de dar o exemplo no seu próprio país. Portanto, isto é uma espécie de seguro de vida relativamente às regras de estabilidade que não significam austeridade”, indicou.
No entender do economista, Mário Centeno, “certamente com erros e imperfeições, soube encontrar a dose certa entre equilíbrio e disciplina versus austeridade. A austeridade é estado de necessidade, e a disciplina é uma necessidade permanente. Assim terá ganho crédito em relação aos outros ministros”, terminou.
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