"Partidos não são como a Igreja. Taxar partidos é taxar pessoas"
A polémica em torno da nova Lei do Financiamento dos Partidos continua a dar que falar com políticos de todos os quadrantes a defenderem o seu ponto de vista.
© Blas Manuel
Política Miguel Tiago
Miguel Tiago, deputado do Partido Comunista Português, é perentório na sua defesa à nova Lei do Financiamento dos Partidos que tanta polémica tem gerado.
No blogue Manifesto 74, o deputado comunista diz “aceitar a isenção de IMI” dos partidos para “permitir” que estes estejam “presentes em todo o território” e mais “próximos dos cidadãos”.
Miguel Tiago diz também “aceitar que que não haja um limite para os fundos não estatais que um partido pode receber”, pois não é apologista de os partidos serem financiados pelo Estado.
Quanto à isenção do IVA em todas as atividades partidárias, o deputado do PCP também é a favor. “Eu quero partidos que realizem tantas iniciativas políticas quantas puderem, festas, comícios, debates, concentrações, concertos, para divulgarem as suas posições e os seus princípios e programas e eu saber no que voto e por isso aceito que estejam isentos de IVA nessas atividades”, escreve.
Nesta senda, Miguel Tiago sublinha que os “partidos são associações de pessoas que disputam o poder político” e, por isso, “taxar as atividades dos partidos implicaria taxar pessoas”.
“Os partidos não são um ente, como a Igreja, por exemplo, são pessoas, grupos de pessoas”, defende.
Bastante crítico de todos os que têm apontado o dedo a esta nova lei, o deputado comunista atira que “quem não está contente com o que os partidos fazem com os benefícios que têm, vote noutros partidos”.
E, para finalizar, Miguel Tiago escreve que “quando estivermos a discutir o que devem os partidos fazer com os benefícios que têm e que benefícios devem ou não ter, em vez de recusar primariamente que os tenham, então chamem-me”. “Tenho a consciência tranquila quanto à utilização das isenções por parte do meu partido”, termina.
Recorde-se que a nova Lei do Financiamento dos Partidos foi aprovada com os votos favoráveis de todos os partidos à exceção do CDS e do PAN. A polémica estalou porque não houve qualquer discussão pública e a aprovação foi feita sem que ninguém se apercebesse.
O Presidente da República disse ontem que ainda não se pode pronunciar sobre o tema e fonte do gabinete do primeiro-ministro garantiu ao Diário de Notícias que o chefe do Executivo não vai pedir a fiscalização preventiva do diploma.
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