"A arte que merece o apoio dos monopólios é a arte que entorpece"
Miguel Tiago mostra-se indignado com a dotação orçamental destinada à cultura.
© Blas Manuel
Política Miguel Tiago
Miguel Tiago, numa publicação no Facebook, manifestou a sua indignação perante a dotação orçamental para a cultura. No texto partilhado na rede social, o comunista começou por ressalvar que tinha conhecimento de que este domingo se assinalava o dia da mentiras, no entanto “este post não tem nada a ver com isso”, explicou, evitando assim qualquer má interpretação.
“Num orçamento do Estado que dá 8 mil milhões de euros para pagamento de juros da dívida”, referiu, “que entrega ao sistema financeiro garantias que podem ir até 20 mil milhões e empresta ao fundo de resolução para salvar bancos mais uns milhares de milhões, falar de 10 ou 20 milhões para a cultura é, não apenas revoltante, como ilustrador das opções de quem concebe o Orçamento”.
Mais concretamente, “estamos a falar de um pagamento anual de juros da dívida que ascende a qualquer coisa como o equivalente ao que se gastaria em 400 anos de apoio às artes”.
“Quando se trata de uma disparidade destas na ordem de grandeza”, acrescentou, “não estamos a falar de falta de dinheiro, estamos a falar de uma opção, de programa político. Programa político, do PS, da UE, partilhado neste aspeto por PSD e CDS, de desmantelamento e destruição da produção artística livre e independente”.
Esse programa, “chamado capitalismo, é particularmente grave no que à cultura diz respeito. Porque a arte que merece o apoio dos monopólios é a arte que entorpece e nós precisamos é da arte que acorda”, defendeu.
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