Em declarações no parlamento, onde também foram entregues o PE e o Plano Nacional de Reformas, Heloísa Apolónia assumiu ainda que o seu partido não irá apresentar qualquer resolução sobre os documentos, uma vez que fazem parte da "relação do Governo com a União Europeia", preferindo concentrar-se no diálogo orçamental e outras políticas como acontece desde 2015.
"As metas do défice, essas imposições perfeitamente cegas da União Europeia e da zona euro, não podem limitar e condicionar o desenvolvimento do nosso país e aquelas que são as respostas, designadamente os serviços públicos, que são fundamentais para os cidadãos", resumiu, referindo-se às áreas da saúde, educação, cultura, ambiente, coesão territorial e transportes.
O executivo socialista reviu em baixa a meta do défice deste ano para 0,7% do PIB em vez do 1,1% previsto no Orçamento do Estado para 2018 e o BE anunciou ir apresentar um projeto de resolução no parlamento para que o documento mantenha o compromisso do défice de 1,1% e a folga orçamental "seja devolvida à sociedade".
"Se o BE contesta um défice de 0,7%, mas se cola a um défice de 1,1% que era o que estava traçado e não o de 2,1%, como a deputada [bloquista] Mariana Mortágua referiu há pouco, então não poderemos aceitar isso", disse Heloísa Apolónia, ressalvando ainda desconhecer a iniciativa do BE.
Sobre a iniciativa há muito assumida pelo CDS-PP de também apresentar uma resolução sobre o PE e o Plano Nacional de Reformas (PNR) para provocar a tomada de posição das forças políticas que apoiam o Governo através de votação, à semelhança do passado, a deputada ecologista anteviu que o seu partido voltará a não acompanhar os democratas-cristãos.
"Ainda não conhecemos o texto, mas é fácil adivinhar que não nos reveremos nos argumentos apresentados pelo CDS, tendo em conta que foi coautor, juntamente com o PSD, das políticas de massacre, verdadeiramente de massacre, para o país e as pessoas, na última legislatura", afirmou.
Heloísa Apolónia declarara antes que 'Os Verdes' não vão apresentar um projeto de resolução".
"O PE parte de uma relação do Governo com a União Europeia. A relação do Governo com a Assembleia da República é, na perspetiva de 'Os Verdes', outra e é nessa que nos vamos centrar", garantiu