Ferro Rodrigues elogia Marcelo e "compromissos estratégicos"
O presidente da Assembleia da República fez hoje o elogio dos "compromissos estratégicos" que vão "além das legislaturas" e o contributo do chefe do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, na recuperação do "clima de confiança" no país.
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Política Discurso
Os elogios foram feitos por Eduardo Ferro Rodrigues na sessão solene, no parlamento, dos 44 anos do 25 de Abril, em que lembrou o golpe dos capitães de Abril que, com o golpe, abriram caminho para "um Portugal democrático, solidário e aberto à Europa e ao Mundo".
Duas semanas depois de assinado o acordo entre o PSD e o Governo em matéria de fundos comunitários e descentralização, Ferro Rodrigues afirmou que Portugal tem "desafios estratégicos próprios que vão além do tempo das legislaturas e que devem ser abraçados desde já, com o maior consenso possível".
Para o presidente do parlamento e ex-líder do PS, os "compromissos estratégicos em nada prejudicam as divergências programáticas existentes".
"Pelo contrário. Quem está seguro dos pontos de divergência está, também, em melhores condições para se entender naquilo que ultrapassa as grandes orientações de política económica e social", afirmou, acrescentando que a democracia tem "momentos de compromisso" mas que "não dispensa o confronto das alternativas".
"Julgo até que a saúde do nosso sistema partidário assenta, justamente, nesta capacidade de gerar alternativas claras", disse ainda, elogiando a capacidade de gerar soluções da democracia portuguesa, "mesmo nas condições mais difíceis".
Pouco antes no discurso, Ferro Rodrigues fez um elogio a Marcelo rebelo de Sousa, sentado a seu lado na tribuna principal do hemiciclo, pelo papel que teve na "recuperação da confiança" no país depois dos anos de intervenção da "troika".
"Digo-o aqui ao seu lado, e digo-o onde for preciso. Tem uma importante quota-parte nos méritos dos resultados de Portugal nos últimos anos. E uma relação exemplar com a Assembleia da República e os outros órgãos de soberania", concluiu.
No seu discurso, Ferro Rodrigues lembrou que, em 44 anos, Portugal "desenvolveu-se bastante", dizendo que "é impressionante o caminho feito".
No entranto, apesar de toda a evolução, e de indicadores positivos, há estatísticas que continuam a preocupar Ferro Rodsrigues.
Portugal pode ter atingido o "nível de probreza mais baixo de sempre", mas continua a ser o país "com mais desigualdade na União Europeia", exemplificou.
Para o presidente da Assembçeia da República, um país "marcado por níveis elevados de pobreza e desigualdade é um país com contas menos equilibradas e com menos potencial de crescimento.
E deixou a pergunta: "Damos tanta visibilidade às entidades dedicadas à avaliação dos défices económicos... Por que razão não havemos de ouvir com a mesma atenção o que nos dizem aqueles que se dedicam aos défices sociais?"
Ferro afirmou ainda que é "ao nível das desigualdades económicas e sociais que o desempenho democrático tem de melhorar" e que no último Eurobarómetro, "96% dos portugueses consideram excessivas as diferenças de rendimentos" no país.
"Além das prestações sociais, da fiscalidade, dos serviços públicos, nomeadamente do nosso grande Serviço Nacional de Saúde, além disso, temos porventura de atuar a montante: na pré-distribuição, nas condições de representação e negociação do mundo do trabalho perante as transformações laborais, tecnológicas e globais que atravessamos", concluiu.
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