A organização não-governamental internacional de defesa da liberdade de imprensa disse, na sexta-feira, ter utilizou a operação 'Collateral Freedom', uma rede de 'hackers' e engenheiros de segurança cibernética, para combater a censura através de 'sites' espelho.
Esta colaboração também permitiu que a empresa de radiodifusão alemã Deutsche Welle, outra das vítimas de Moscovo, e o Meduza.io, o 'site' independente mais popular russo, voltassem a trabalhar, no mês passado.
"Não é possível deixar que o Kremlin negue o direito à informação aos cidadãos", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, que elogiou "o trabalho indispensável" dos meios de comunicação social russos e estrangeiros que lutam contra as poderosas armas legislativas que minam as liberdades fundamentais.
O regulador de comunicações russo Roscomnadzor bloqueou, na sexta-feira, o 'site' em russo do jornal 'online' The Moscow Times, o principal jornal russo em língua inglesa criado pouco depois da queda da União Soviética, e o 'site' da estação de rádio francesa RFI, que transmite notícias em cerca de 15 línguas.
Numa declaração, a presidente da France Médias Monde, que inclui a RFI, Marie-Christine Saragosse, lamentou o bloqueio do acesso à página da RFI na Rússia, "o que priva um pouco mais a sociedade civil da possibilidade de se informar livremente com base em factos verificados", na sequência da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O processo desenvolvido pela 'Collateral Freedom' consiste em alojar os 'sites' censurados em redes de distribuição de conteúdos que o regime não pode censurar pelo risco de bloquear a maior parte dos serviços 'online' do país.
A RSF lembrou que a Rússia ocupa o 150.º lugar no índice mundial de liberdade de imprensa de 2021, que inclui 180 países.
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