Chade retoma redes sociais após 15 meses de censura oficial
O presidente do Chade, Idriss Déby, ordenou no sábado a todas as operadoras que restabelecessem o acesso às redes sociais do país, depois de mais de 15 meses de censura, anunciou à imprensa.
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"Peço aos serviços em questão que eliminem de imediato as restrições às redes sociais", instou Déby, durante a inauguração do cabo de fibra ótica que une o seu país ao vizinho Sudão.
Meia hora depois do anúncio, os chadianos puderam usar novamente os seus perfis nas redes sociais, que estavam inacessíveis desde o passado dia 28 de março.
"Esta decisão do chefe de Estado, Idriss Déby, responde essencialmente às queixas da população. Ordenámos a censura das redes sociais por razões de segurança, não para prejudicar os chadianos", declarou à agência espanhola Efe o ministro das comunicações e porta-voz do Governo, Oumar Yahya.
Uma decisão aclamada pelos escassos utilizadores da Internet neste país da Africa Central que durante este período viram obrigados - sempre que podiam pagar o seu elevado custo - a usar as ligações VPN (rede privada virtual) para contornar o bloqueio.
No Chade, apenas 5% da população usa ou tem acesso à Internet, segundo dados do Banco Mundial de 2017.
"O acesso às redes sociais é um direito, qualquer restrição supõe uma violação dos direitos humanos", denunciou o ativista chadiano Alain Didah em declarações à Efe.
O Chade está entre os piores países do mundo no que diz respeito aos direitos digitais, mas não é o único país africano que sofre interrupções no acesso, sobretudo em época de eleições ou durante revoltas populares.
Só em janeiro de 2019, os governos da República Democrática do Congo, Gabão e Zimbabué - entre outros - adotaram restrições no acesso à rede. O mesmo fez a junta militar que lidera o Sudão e que impôs o bloqueio a 03 de junho, durante mais de um mês depois de ter dispersado violentamente os manifestantes em Cartum.
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