Estamos viciados em tecnologia? O assunto foi debatido na Web Summit

Foram trocados argumentos sobre o que significa estar viciado em tecnologia.

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Miguel Patinha Dias
07/11/2019 15:24 ‧ 07/11/2019 por Miguel Patinha Dias

Tech

Web Summit

“Metam os smartphones no ar se o usaram nos últimos dois minutos”, sugeriu o anfitrião da Altice Arena, perante uma plateia repleta de smartphones acessos, indicando para a adição por tecnologia que vivemos hoje em dia. Parece contraditório ter uma conferência sobre o assunto na Web Summit mas foi exatamente sobre isso que Justin McLeod (Hinge), Dame Til Wykes (Kings College London) e Katie Collins (CNet) falaram.

Enquanto McLeod acredita que a sociedade atual está a passar por um problema geral de vício por tecnologia, Wykes argumenta que o motivo porque as pessoas estão sempre a usar dispositivos eletrónicos é porque eles são úteis na vida diária e tarefas quotidianas.

“Não acredito que seja uma questão frequente”, afirmou Wykes. “Se assim for estamos todos viciados, porque ninguém passa um dia sem verificar o e-mail. Acho que o vício por tecnologia pode ser um indicador de outros desequilíbrios – como ansiedade e depressão – que recorrem a tecnologia para algum tipo de satisfação mas não acho que seja um problema clínico em si”.

McLeod, por outro lado, afirmou que “a forma como as pessoas usam a tecnologia é um problema”. “Acho que é algo mau quando passo imenso tempo ‘colado’ ao ecrã em vez de estar com amigos. A tecnologia promete-nos um mundo conetado enquanto nos desconeta e acho que isso é um problema”, argumentou McLeod.

“Nem todas as tecnologias são viciantes. O Spotify e a Uber não são viciantes, são práticos. Mas alguns ‘developers’ perdem-se no caminho e acabam por contornar as nossas necessidades para satisfazer a deles e vender a quem der mais dinheiro. E não temos de esperar pelo Facebook e pela Google, que de alguma forma invertam a estratégia, mas temos necessariamente de tomar responsabilidade”, apontou ainda McLeod.

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