Mate 30 Pro. Um topo de gama de respeito apanhado em 'fogo cruzado'

O mais recente topo de gama da Huawei vai fazê-lo pensar no que realmente valoriza num smartphone.

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Miguel Patinha Dias
11/03/2020 09:26 ‧ 11/03/2020 por Miguel Patinha Dias

Tech

Análise

O ano 2019 foi atípico para a Huawei. A inclusão da empresa na ‘lista negra’ dos EUA fez com que a Huawei se visse impedida de recorrer aos serviços da Google. O Android, enquanto sistema operativo aberto, continuou a ser uma opção para servir de base ao EMUI mas, infelizmente, a situação colocou de parte a possibilidade de incluir apps como o Search, o Chrome, o YouTube ou o Gmail.

A série P30 escapou ‘ilesa’ mas o mesmo não se pode dizer da série Mate 30, anunciada oficialmente no final do ano passado mas lançada em Portugal apenas neste início de 2020. Logo na apresentação ficou evidente que o Mate 30 Pro tinha o potencial para ser o melhor dispositivo móvel da Huawei e possivelmente um dos melhores de 2019.

Olhando para a folha de especificações, o hardware não mente e evidencia bem a tradição da Huawei no lançamento de smartphones topos de gama. Foi precisamente isso que verificámos quando a Huawei enviou ao Notícias ao Minuto uma versão para testarmos, o que resultou numa experiência pouco habitual e surpreendentemente 'divisiva'.

Começando pelos grandes positivos do Huawei Mate 30 Pro, temos de começar por dar destaque ao ecrã. O Mate 30 Pro serviu para a Huawei estrear o que é descrito como um ecrã em “cascata”, com as faces laterais mais curvas do que nunca. O Mate 20 e o P30 Pro já tinham servido para a Huawei ‘brincar’ com a ideia de ecrãs curvos, mas esta tendência de design surge mais acentuada do que nunca no Mate 30 Pro.

O efeito do ecrã acaba por se fazer sentir no uso quotidiano, mas o maior impacto é sentido na ausência de botões de volume físicos, que são agora virtuais.  Ainda que de início seja um pouco contraintuitivo - levar o polegar à área direita do ecrã e sentir falta de botões é estranho – bastará começar a utilizar o Mate 30 Pro para se habituar numa questão de alguns dias.

Esta foi a nossa única questão com o ecrã porque, de resto, não temos razão de queixas do ecrã OLED de 6.53 polegadas e 1176 x 2499 de resolução deste ecrã. Apesar de oferecer uma utilização fluída, encontramos apenas uma ‘refresh rate’ standard de 60Hz. Esperemos que a Huawei melhore este ponto em futuros topos de gama.

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mara fiel à tradição

O design do ecrã acaba por estender-se a todo o smartphone. Mesmo que o entalhe continue a estar presente na face central, a face traseira mostra-se elegante através do vidro e com o módulo de câmara a estar claramente no centro das atenções. O Mate 30 Pro está suficientemente confiante para chamar a atenção para a câmara traseira e para os seus quatro sensores e, honestamente, não é para menos dado que tem um sensor principal de 40MP com estabilização ótica de imagem, uma lente ultra angular ‘Super Sensing Cine Camera’ de 40MP, um sensor ‘telephoto’ de 8MP e ainda um sensor de profundidade 3D ‘Time of Flight’.

A câmara, certificada pela Leica, continua a comprovar o motivo porque os smartphones da Huawei continuam a ser procurados pela câmara fotográfica. Apoiada por IA, a câmara do Mate 30 Pro garante que tira sempre a melhor fotográfica possível, aplicando filtros automaticamente e escolhendo a imagem certa. Sim, o modo noturno também está presente e os resultados continuam a surpreender mesmo com a concorrência do Pixel da Google ou o iPhone 11 da Apple.

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Temos também de realçar a capacidade da bateria. Os smartphones da Huawei já se tornaram sinónimos de uma autonomia respeitável da bateria e, felizmente, a tradição mantém-se com o Mate 30 Pro. Podemos encontrar neste topo de gama uma bateria de 4,500mAh com um carregamento rápido de 40W com fios e de 27W sem fios. Significa isto que, conetado a um carregador, o Mate 30 Pro consegue recarregar 100% da bateria em pouco mais de uma hora.

Esta eficiência da bateria também é concedida pelo poderoso processador Kirin 990 5G e os 8GB de RAM e ainda pelo software no interior do Mate 30 Pro, o EMUI 10. Como já referimos a versão do software neste smartphone é baseado no sistema operativo da Google, o Android 10, e conta com praticamente todas as funcionalidades que podíamos esperar, incluindo o tema escuro em todos o sistema.

Google, uma ausência sentida?

Chegámos portanto à grande ‘questão’ do Mate 30 Pro. Este topo de gama da Huawei pode ser encontrado nas lojas a partir de 1,099 euros, o que significa que não se trata de um smartphone propriamente barato. Sobretudo quando sabemos que não é possível aceder às aplicações da Google que tradicionalmente acompanham qualquer dispositivo Android. Mais ainda, estará impedido de aceder à loja virtual Play Store e terá apenas à disposição a App Gallery da própria Huawei. Será que escolher o Mate 30 Pro significa também escolher ficar de fora de todas as apps a que se habituou? Depende.

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Nos últimos meses a Huawei tem feito um verdadeiro esforço para colmatar algumas ausências da sua loja virtual. Fica evidente que a empresa quer incentivar os developers a lançarem as suas apps na App Gallery. Significa isto que, mais tarde ou mais cedo, as suas apps preferidas estarão na loja virtual da Huawei e deixará de ter razões de queixa. Quanto aos serviços da Google, estes continuam acessíveis através do navegador mas, tendo em conta que algumas pessoas já escolhem não ter apps instaladas e dependerá caso a caso, é difícil ver esta situação como um ponto 100% negativo.

A grande ‘questão’ com o Mate 30 Pro é, até, bastante simples de colocar. A ausência das apps da Google são um argumento válido para prescindir das vantagens de um dos melhores topos de gama de 2019? Depende do que valoriza mas, para a grande maioria dos entusiastas de smartphones, o hardware presente no Mate 30 Pro falará certamente mais alto. Caso prescinda dele, estará a perder também um dos melhores dispositivos móveis de 2019.

Pontos positivos

- Ecrã OLED com design em 'cascata';

- Bateria de 4,500mAh garante autonomia para mais de um dia;

- Uma das melhores maras do mercado;

- Desempenho de topo;

Pontos negativos

- Ausência das apps da Google;

- Quantidade (por enquanto) limitada de apps na App Gallery.

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