Taiwan ordena que Alibaba venda participação em plataforma local
Taiwan ordenou hoje que o grupo chinês de comércio eletrónico Alibaba venda a sua participação numa plataforma local, a Taobao Taiwan, citando riscos relativos à transferência de informações pessoais dos clientes para o continente chinês.
© Reuters
Tech Alibaba
O pedido aumenta a pressão sobre as empresas chinesas nos Estados Unidos e em outros países por questões de segurança.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Os dois lados não têm relações oficiais, mas têm laços comerciais e de investimento. Taipé exerce apertado escrutínio sobre esses laços, visando evitar que o território seja absorvido pela República Popular da China.
O Taobao Taiwan é operado por uma empresa britânica, mas a participação do grupo Alibaba Group naquela empresa permite-lhe controlar a plataforma, violando as regras taiwanesas, disse o ministério da Economia de Taiwan.
O Alibaba Group, com sede em Hangzhou, no leste da China, é a maior empresa de comércio eletrónico do mundo em volume total de vendas.
O contrato assinado pelos utilizadores no Taobao Taiwan dá permissão para que "os dados das transações sejam enviados para os servidores do Alibaba Group na China", segundo o ministério.
As autoridades taiwanesas consideram assim que "pode haver um risco de segurança das informações pessoais".
A participação de 29% do Alibaba na British Claddagh Venture Investment Ltd. está abaixo do limite legal de 30%, disse o ministério, mas a estrutura acionista permite ao Alibaba controlar o empreendimento britânico ao vetar decisões.
O Alibaba tem seis meses para vender a sua parte na empresa, apontou o ministério.
Taiwan está entre os governos que impuseram restrições ao uso de equipamentos de telecomunicações do grupo chinês Huawei Technologies Ltd.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca está a pressionar o proprietário chinês da aplicação de vídeos TikTok para vender a subsidiária nos Estados Unidos, devido a preocupações de que esta possa transferir informações dos utilizadores para a China.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, emitiu ainda uma ordem que impede as empresas norte-americanas de negociar com o TikTok e com a aplicação de mensagens instantâneas WeChat, que é detida pelo grupo chinês Tencent.
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