Esta terça-feira, um dia depois de ter tido alta do hospital militar Walter Reed, onde esteve três sob observação depois de ter testado positivo para o novo coronavírus, Donald Trump recorreu ao Twitter para dar indicação de que se está a "sentir fantástico" e que está pronto para o próximo debate presidencial com o oponente democrata, Joe Biden, marcado para o próximo dia 15.
O presidente norte-americano fez várias publicações na rede social e, entre elas, comparou o vírus SARS-CoV-2 ao vírus da gripe. "Muitas pessoas todos os anos, às vezes mais de 100 mil, apesar da vacina, morrem de gripe. Vamos fechar o nosso país? Não. Aprendemos a viver com isso, assim como estamos a aprender a viver com a Covid, que na maior parte das populações é bem menos fatal", escreveu o líder republicano.
A publicação foi entretanto ocultada pela plataforma, mas continua visível para quem clicar no botão "ver". "Este 'tweet' viola as regras do Twitter em relação à propagação de informação enganadora e potencialmente prejudicial sobre a Covid-19", avisa a rede social, acrescentando que optaram por mantê-la visível por "ser de interesse público" continuar a poder ler a mensagem.
Flu season is coming up! Many people every year, sometimes over 100,000, and despite the Vaccine, die from the Flu. Are we going to close down our Country? No, we have learned to live with it, just like we are learning to live with Covid, in most populations far less lethal!!!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 6, 2020
Recorde-se que, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da doença Covid-19 está entre os 3% e os 4%, de acordo com os dados disponíveis, enquanto a da gripe sazonal é geralmente inferior a 0,1%. Um dos grandes diferenciadores, nesta altura, é o facto de a gripe ter cura e a Covid-19 não.
Além disso, um estudo divulgado no início de outubro pela Universidade Cornell concluiu que Donald Trump, foi, possivelmente, a pessoa que mais contribuiu para a propagação da desinformação sobre a pandemia. A Universidade Cornell analisou cerca de 38 milhões de artigos, publicados em inglês, em órgãos de comunicação social tradicionais, entre 1 de janeiro e 26 de maio de 2020.
"Descobrimos que as menções nos órgãos de comunicação social ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dentro do contexto de desinformação sobre a Covid-19 constituem, de longe, a maior parte da 'infodemia'", explicita o estudo.