A juíza distrital dos Estados Unidos da América, de Seattle (Estado do Washington), Barbara Rothstein, explicou que não rejeitou as "alegações subjacentes" da Parler contra a Amazon, mas indicou que a rede social não conseguiu demonstrar uma medida liminar para voltar ao 'online'.
A multinacional de tecnologia Amazon tirou a Parler do seu serviço de hospedagem na Internet em 11 de janeiro.
Na justiça, a Amazon disse que a suspensão era um "último recurso" para impedir que a Parler agregasse "planos violentos para interromper a transição presidencial".
A empresa tecnológica, sediada em Seattle, referiu que a rede social mostrou "relutância e incapacidade" para remover uma série de publicações perigosas que incitavam à violação sexual, tortura e assassínio de políticos, executivos de tecnologia e outros.
A Parler é usada por grupos ligados à extrema-direita e entrou num processo para voltar à Internet, argumentando que a Amazon havia violado o contrato e abusado do seu poder no mercado.
A Amazon notificou a Parler de que a partir de 11 de janeiro deixaria de poder usar os seus servidores, o que tornaria a rede social inacessível para os seus utilizadores, a menos que encontrassem um novo fornecedor.
A decisão da empresa liderada por Jeff Bezos, avançada pelo 'site' de notícias americano Buzzfeed, foi justificada pela violação dos termos de utilização por parte da Parler, por não eliminar conteúdo violento.
O movimento de suspensão da rede social surgiu após a invasão protagonizada por apoiantes do antigo presidente norte-americano Donald Trump.
A Parler tem crescido nos últimos meses, tendo-se convertido numa espécie de porto de abrigo para figuras da extrema-direita, cujos conteúdos não cumprem as normas contra o discurso de ódio e de incitação à violência de plataformas como o Twitter ou o Facebook.
Depois das eleições presidenciais de novembro, em que Donald Trump perdeu para o democrata Joe Biden, a Parler duplicou o seu número de utilizadores para cerca de dez milhões, segundo a empresa.
A rede social não proíbe discursos de ódio nem tem qualquer tipo de filtro contra informações falsas.
A não existência de filtro tem sido o seu grande trunfo até ao momento, mas pode condená-la agora, após pressão dos gigantes de Silicon Valley, a tornar-se marginal ou a desaparecer.
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