China planeia desmantelar app Alipay, detida pelo grupo Alibaba
A China planeia desmantelar o Alipay, popular carteira digital afiliada ao grupo Alibaba, e criar um serviço separado para concessão de crédito, numa altura em que combate práticas monopolistas no setor digital, avançou hoje o Financial Times.
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As autoridades querem dividir o Alipay em duas entidades separadas: uma para pagamentos eletrónicos e outra específica para o lucrativo negócio de concessão de crédito 'online', indicou o jornal.
O Ant Group também terá de ceder os dados dos utilizadores relativos a pedidos de crédito a uma agência de classificação de crédito, em parte detida pelo Estado, avançou a mesma fonte.
As autoridades chinesas lançaram, nos últimos meses, uma campanha, visando conter o que consideram um desenvolvimento "desordenado" da economia, que levou a que as ações das empresas chinesas do setor da Internet afundassem.
O Ant Group, a subsidiária do grupo Alibaba que detém o Alipay, foi o primeiro alvo dos reguladores, que desde então estenderam a campanha a outros setores, incluindo ensino, entretenimento, jogos de computador ou imobiliário.
No final de 2020, Pequim suspendeu a entrada em bolsa do Ant Group.
O Alibaba, grupo fundado pelo bilionário Jack Ma, foi posteriormente multado em 2,3 mil milhões de euros, por abuso da sua posição dominante.
O Alipay é uma aplicação essencial na China, onde o dinheiro físico praticamente desapareceu e a grande maioria dos pagamentos são feitos através de carteiras digitais instaladas no telemóvel.
O Alipay domina o mercado em conjunto com o seu concorrente WeChat Pay, do grupo Tencent.
As autoridades têm sido particularmente intransigentes, nos últimos meses, contra práticas até então amplamente toleradas e generalizadas em vários setores dinâmicos da economia chinesa.
O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China alertou também hoje os gigantes digitais contra o bloqueio de ligações entre serviços concorrentes e impedimentos à interoperabilidade.
Na China, por exemplo, certos sistemas de pagamento são excluídos das 'apps' de comércio eletrónico de grupos rivais.
As plataformas de vídeo bloqueiam também a partilha de conteúdo em redes sociais concorrentes.
O regulador de mercado chinês anunciou, no mês passado, que está a considerar fortalecer a legislação nestas questões.
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