Tencent nega usurpação de conta do primeiro-ministro australiano
O grupo chinês Tencent, que detém o WeChat, negou hoje que a conta do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, tenha sido usurpada ou excluída daquela aplicação, após membros do governo australiano terem acusado Pequim de "interferência estrangeira".
© Reuters
Tech Wechat
O WeChat une as funções de rede social, serviço de mensagens instantâneas e carteira digital, contando com mais de mil milhões de utilizadores na China.
Registada em 2019, a conta de Scott Morrison foi substituída por uma conta designada "New Australian-Chinese Life".
Mas o grupo Tencent, que detém o WeChat, negou que a conta do primeiro-ministro tenha sido usurpada por piratas informáticos ou excluída da plataforma.
"Com base nas nossas informações, esta parece ser uma disputa sobre a propriedade da conta. A conta em questão foi originalmente registada por um indivíduo da República Popular da China e mais tarde transferida para a sua operadora atual, uma empresa de serviços de tecnologia", disse um porta-voz da empresa.
De acordo com a página de informações da conta, o pseudónimo "Australian Chinese new life" foi registado em 28 de outubro de 2021 pela empresa Fuzhou 985 Technology Co, Ltd.
O representante legal da Fuzhuo 985, Huang Aipeng, disse à imprensa australiana que a compra da conta foi legal.
Scott Morrison não comentou imediatamente, mas James Paterson, senador do partido do governo, acusou Pequim de estar por detrás da mudança.
"O que o Governo chinês fez ao encerrar a conta do primeiro-ministro foi (...) interferência estrangeira na nossa democracia" acusou.
Ele pediu aos políticos australianos que respondam com um boicote ao WeChat.
O ministro da Imigração, Alex Hawke, e a deputada da Coalizão Gladys Liu aderiram ao boicote.
A última mensagem postada na conta "Australian Chinese new life" é datada de 09 de julho de 2021.
De acordo com o jornal Daily Telegraph, Morrison perdeu o acesso à sua conta desde essa data.
A Tencent disse que a empresa "vai continuar a analisar a questão".
O líder australiano abriu a conta para comunicar com a considerável comunidade australiana-chinesa que vive no seu país.
Os jornalistas perguntaram anteriormente a Morrison se havia o risco de a conta ser censurada pelo Partido Comunista Chinês.
"Nós não sofremos esse tipo de censura", respondeu o primeiro-ministro.
Mas, em dezembro de 2020, a rede social excluiu uma mensagem de Morrison que criticava, entre outras coisas, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, por ter difundido na rede social Twitter uma imagem falsa de um soldado australiano a segurar uma faca.
Redes sociais estrangeiras, como o WhatsApp, Facebook e Twitter estão bloqueadas na China.
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