A terceira missão será o "primeiro voo com humanos a bordo" do foguetão Starship, atualmente em desenvolvimento pela empresa de Elon Musk.
Este anúncio representa um novo marco para o setor privado de exploração espacial, visto que a SpaceX procura realizar missões cada vez mais ambiciosas, noticia a agência France Presse (AFP).
"É um programa mini-espacial", explicou Isaacman, de 38 anos, durante uma conferência de imprensa.
O objetivo é desenvolver as "capacidades de voo espacial de longa duração" da SpaceX, com o "propósito final de facilitar a exploração de Marte", salientou o responsável da empresa financeira Shift4.
O programa, apelidado de Polaris em referência à estrela polar, é financiado pela SpaceX e por Jared Isaacman, embora o empresário se tenha recusado a dar números específicos.
Mas a quantia deve envolver a casa das centenas de milhões de dólares.
A primeira missão, Polaris Dawn [madrugada, em inglês] terá quatro tripulantes, incluindo Isaacman e um piloto experiente, que será o comandante.
Esta durará cinco dias e descolará da Florida, no mínimo, no "quatro trimestre do ano" a bordo do foguetão Falcon 9, que transporta atualmente astronautas da NASA para a Estação Espacial Internacional (ISS).
A caminhada espacial, que será inédita para a empresa, está prevista para "uma altitude de cerca de 500 quilómetros" e deve servir de teste para os novos fatos espaciais desenvolvidos pela SpaceX, adaptados para estes passeios fora da nave.
A escotilha da cápsula Dragon estará aberta e, na ausência de uma câmara-de-ar, toda a tripulação ficará exposta ao vácuo do espaço.
A decisão sobre quem irá sair [da cápsula] será tomada durante o treino nos próximos meses, acrescentou Isaacman.
Em setembro, este multimilionário já tinha comprado um ligar na missão espacial Inspiration4, a primeira do mundo a enviar para o espaço apenas amadores, sem um astronauta profissional a bordo.
A nave da SpaceX atingiu uma altitude de 590 quilómetros da Terra, mais distante que a ISS.
Desta vez, a Polaris Dawn viajará "mais alto" do que qualquer missão tripulada da SpaceX até agora.
Jared Isaacman indicou que a altitude será semelhante à do programa Gemini da NASA, cuja 11.ª missão tinha subido até aos 1.370 quilómetros.
No entanto, essa distância continua muito longe dos aproximadamente 380.000 quilómetros que separam a Terra e a Lua, e que foram alcançados pelos astronautas da NASA durante o programa Apollo.
Além do próprio Jared Isaacman, a nave levará o piloto Scott Poteet, um veterano da Força Aérea dos EUA, que trabalhou para várias empresas do multimilionário e dois funcionários da SpaceX.
A primeira, Sarah Gillis, é responsável pelo programa de treino de astronautas da empresa e treinou o próprio Jared Isaacman para o Inspiration4. A segunda, Anna Menon, trabalhou sete anos para a NASA antes de ingressar na SpaceX.
Outro dos objetivos da missão será também recolher dados sobre a radiação a que a tripulação será exposta.
O primeiro voo tripulado do novo foguetão Starship será particularmente examinado, depois de ter sido selecionado pela NASA para ser o veículo que permitirá aos astronautas voltarem à superfície da Lua, no mínimo em 2025.
Elon Musk já tinha assegurado que a Starship chegará ao espaço pela primeira vez este ano, sem ninguém a bordo para começar.
No enanto, o cronograma para este primeiro teste continua suspenso até agora, devido a uma decisão da autoridade de aviação norte-americana (FAA) sobre as consequências ambientais dos voos orbitais para o Estado do Texas, onde a SpaceX está localizada.
Na segunda-feira, a FAA revelou a decisão foi adiada do final de fevereiro para o final de março.
Outro multimilionário, o japonês Yusaku Maezawa comprou oito bilhetes para pessoas do mundo inteiro o acompanharem numa viagem à volta da Lua, numa missão batizada de DearMoon e prevista para 2023.
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