A ilha italiana da Sardenha foi, no verão de 2021, afetada por uma forte vaga de incêndios florestais, que causaram uma "catástrofe sem precedentes". Arderam 28.000 hectares de terra, tendo milhares de pessoas sido obrigadas a abandonar as suas casas.
Em causa está, como reporta a CNN Internacional, uma realidade que motivou o desenvolvimento de um novo aparelho tecnológico, criação da startup alemã Dryad.
Esta inovação foi já capaz de angariar um investimento de 13,9 milhões de euros e visa reduzir o tempo de deteção de incêndios, identificando-os ainda na fase de combustão lenta (quando ainda não há uma chama descontrolada), o que geralmente corresponde aos primeiros 60 minutos.
Para que tal fosse possível, a empresa concebeu um sensor, alimentado por energia solar, equipado com um detetor de gás. "Pode detetar hidrogénio, monóxido de carbono e compostos orgânicos voláteis - pode, basicamente, cheirar o fogo", explicou o cofundador e CEO da Dryad, Carsten Brinkschulte.
"Pense nisto como um nariz eletrónico que se prende a uma árvore", acrescentou ainda a mesma fonte.
Assim, sempre que o sensor deste aparelho deteta um incêndio, envia um sinal através de uma rede sem fios, utilizando uma antena incorporada. O sinal é, depois, retransmitido para dispositivos mais complexos e, finalmente, enviado para a Internet via satélite e 4G. Numa última instância, a informação é transmitida para os responsáveis pela gestão florestal.
"Enviamos também um alerta e podemos interagir diretamente com os sistemas informáticos dos bombeiros locais. O que se recebe é um alarme com as coordenadas GPS exatas do sensor que captou o incêndio", explicou ainda o CEO da startup.
Cada um destes sensores está a ser vendido por 48 euros a unidade. E pode configurar-se como uma ferramenta importante para os bombeiros, tendo em conta que os países do sul da Europa são, durante os meses mais quentes, frequentemente afetados por fortes incêndios rurais.
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