A empresa notificou esta terça-feira as autoridades regionais da Califórnia, nos Estados Unidos, que demitiria cerca de 260 funcionários em várias instalações que empregam cientistas de dados, engenheiros de 'software' e outros trabalhadores corporativos.
Estes cortes no emprego entram em vigor a partir de 17 de janeiro, noticiou a agência Associated Press (AFP).
A Amazon não especificou quantas mais demissões podem estar em andamento, além daquelas notificadas ao abrigo da lei da Califórnia, que exige que as empresas forneçam aviso prévio de 60 dias se tiverem 75 ou mais trabalhadores a tempo integral.
A gigante do comércio 'online' emprega mais de 1,5 milhões de trabalhadores em todo o mundo, principalmente trabalhadores pagos à hora.
Tal como outras gigantes da tecnologia ou das redes sociais, a Amazon obteve lucros consideráveis durante a pandemia de covid-19, pois os clientes optaram por comprar mais a partir de casa.
No entanto, o crescimento desta receita desacelerou à medida que a pandemia diminuiu e os consumidores deixaram de confiar tanto no comércio 'online'.
A empresa com sede em Seattle registou duas perdas consecutivas este ano, impulsionadas principalmente por baixas contabilizadas pelo seu investimento em ações na 'start-up' de veículos elétricos Rivian Automotive.
O regresso aos lucros aconteceu no terceiro trimestre, mas os investidores estão pessimistas perante as projeções revistas em baixa para o atual trimestre, normalmente positivo devido à época natalícia.
Para conter os custos, a Amazon já cancelou alguns dos seus projetos, incluindo a subsidiária Fabric.com, Amazon Care e o robô de entrega ao domicílio Scout.
Também está a reduzir a sua pegada física, atrasando - ou cancelando - os planos de ocupar alguns novos armazéns em todo o país.
Despedimentos em massa são raros na Amazon, embora a empresa tenha reduzido a força de trabalho em 2018 e em 2001, durante o crash das dot.com [bolha da Internet].
Perante a subida dos preços, a empresa tinha anunciado no início do mês que interromperia as contratações da sua força de trabalho corporativa, que se seguiu ao congelamento imposto na sua divisão de vendas.
Funcionários que trabalham em diferentes departamentos, incluindo a assistente de voz Alexa e a plataforma de jogos em 'cloud' Amazon Luna, disseram que foram demitidos esta terça-feira, de acordo com publicações no LinkedIn.
"Como parte do nosso processo anual de revisão do planejamento operacional, analisamos sempre cada um dos nossos negócios e o que acreditamos que devemos mudar", referiu Kelly Nantel, porta-voz da Amazon, em comunicado.
"À medida que passamos por isso, dado o atual ambiente macroeconómico (bem como vários anos de contratações rápidas), algumas equipas estão a fazer ajustes, o que em alguns casos significa que certas funções não são mais necessárias", acrescentou.
O jornal The New York Times noticiou na segunda-feira que a plataforma de vendas 'online' prepara-se para despedir cerca de 10.000 trabalhadores.
A confirmar-se, este será o maior corte de pessoal na história da empresa.
Os cortes vão centrar-se na divisão de vendas a retalho, nos recursos humanos e na organização de dispositivos da Amazon, segundo o New York Times.
A Meta, que controla o Facebook, anunciou na semana passada a demissão de 11.000 pessoas, cerca de 13% da sua força de trabalho, enquanto Elon Musk, o novo dono do Twitter, cortou a força de trabalho da empresa em metade.
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