Designado Missão dos Emirados à Cintura de Asteroides, o projeto pretende desenvolver um veículo espacial nos próximos anos e lançá-lo em 2028 para estudar vários asteroides.
"Esta missão é um seguimento da missão a Marte, onde foi a primeira da região", realçou Mohsen Al Awadhi, diretor do programa Missão dos Emirados à Cintura de Asteroides. "Estamos a criar a mesma coisa com esta missão. É a primeira missão de sempre a explorar estes sete asteroides".
Os EAU tornaram-se o primeiro Estado árabe e o segundo de sempre a entrar com sucesso na órbita de Marte, quando a sua sonda 'Esperança' alcançou o designado planeta vermelho, em fevereiro de 2021.
Os objetivos incluem a obtenção da primeira descrição completa da atmosfera de Marte e ajudas para ter respostas a questões-chave sobre o clima e a composição do planeta.
Se for bem-sucedido, o projeto vai culminar na aterragem em um asteroide, vermelho, que os cientistas consideram que pode fornecer pistas sobre o início da vida na Terra.
Componentes orgânicos, como a água, que são constituintes cruciais da vida, foram encontrados em alguns asteroides, devido potencialmente a choques com outros corpos ricos organicamente ou da criação de c0mplexas moléculas orgânicas no espaço.
Investigar as origens destes componentes, juntamente com a possível presença de água em asteroides vermelhos, pode contribuir para esclarecer a origem da água na Terra e assim a génese da vida no planeta.
Este projeto é um marco significativo para a agência espacial dos EAU, criada em 2014. O percurso a percorrer agora pelo veículo espacial é dez vezes maior do que o percorrido pela missão a Marte.
Para atingir a cintura dos asteroides, o veículo deve cobrir uma distância total de cinco mil milhões de quilómetros.
Em outubro de 2034, o veículo deve dirigir-se para o sétimo e último asteroide, chamado Justitia, onde deve contactar com a sua superfície um ano depois. Justitia, que se admite ser um dos apenas dois asteroides vermelhos conhecidos, é creditado com uma superfície carregada de componentes orgânicos.
"É um dos dois objetos vermelhos na cintura dos asteroides e os cientistas não compreendem porque é vermelho", disse Hoor AlMaazmi, um investigador espacial na agência dos EAU.
O veículo vai colocar na superfície do asteroide um engenho para estudar a sua superfície. Pode lançar as bases para a extração de recursos dos asteroides que venha a apoiar missões humanas espaciais prolongadas no tempo - e talvez até o objetivo ambicioso dos EAU de construção de uma colónia em Marte em 2117.
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