Mário Campolargo destaca "ecossistema vibrante" da Web Summit
O secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa afirmou hoje que o que "importa" na Web Summit é a existência de "um ecossistema vibrante" e a possibilidade de pôr em contacto as pessoas com talento.
© João Manuel Ribeiro/Global Imagens
Tech Web Summit
Mário Campolargo falava aos jornalistas no final da sua participação em dois painéis daquela que é considerada uma das maiores cimeiras tecnológicas do mundo e que decorre até quinta-feira, em Lisboa.
"O que importa na Web Summit é termos um ecossistema vibrante", afirmou o governante, quando questionado sobre as polémicas que levaram à saída do cofundador e líder da organização Paddy Cosgrave, que foi substituído na presidência executiva (CEO) por Katherine Maher.
"Estas pessoas estão todas a trocar impressões, a perceber como é que um sucesso de um pode ser o sucesso de outro", referiu Mário Campolargo acerca do evento, que conta nesta edição com 70.236 participantes.
O secretário de Estado recordou a legislação aprovada no ano passado relativamente às 'startups', que permite estimular este ecossistema.
Destacou também o facto de haver sete unicórnios - Anchorage Digital, Sword Health, Remote, Feedzai, Farfetch, Outsystems e Talkdesk - cujo impacto no Produto Interno Bruto (PIB) é de 2,8%, maior em proporção que em qualquer outro país da Europa.
Questionado sobre a transposição da Lei dos Serviços Digitais (Digital Services Act - DSA), referiu que esta "não afeta necessariamente a vida dos portugueses, afeta a vida de todos os europeus".
"É um princípio absolutamente fundamental a garantia que os mecanismos de desinformação, os mecanismos que são hoje tão importantes para não afetar as democracias europeias, sejam uma corresponsabilidade não só dos governos, mas também através da legislação, das grandes plataformas", prosseguiu.
"Portugal já tem sido um campeão das garantias que a utilização dos dados é feita de uma forma ética e para aquilo que nós dizemos que é o bem da sociedade e, portanto, as grandes plataformas são aquelas que têm que exercer por poder delegado, através da legislação europeia, essa função", referiu.
Questionado sobre um eventual atraso na transposição da lei, Mário Campolargo afirmou: "A lei da União Europeia aplica-se a toda a União Europeia e nós cumpriremos com os prazos que estão inscritos nela".
"Nós teremos que, no contexto da lei dos Serviços Digitais, nomear quem é a autoridade que em Portugal faz essas funções e fá-lo-emos no prazo previsto", rematou.
Mário Campolargo participou hoje no Digital Nations Summit sobe o mote "Better data, better society".
"Tivemos hoje, além da Web Summit, um momento muito importante ao nível do que são chamadas as Nações Digitais (Digital Nations), um conjunto de 10 países em todo o mundo que desenvolveram ao longo do tempo melhores serviços da Administração Pública para os seus cidadãos", sublinhou.
Trata-se de um conjunto de países que tem uma maturidade muito elevada na área digital e que troca experiências entre si.
"Hoje foi o culminar, uma declaração ministerial à volta do tema que identificámos para este ano - 'better data, better society' -, ou seja, quanto melhor forem os dados que conseguimos garantir melhor será a sociedade", salientou.
Reconheceu que "um trabalho" aqui que passa por um conjunto de aspetos. "Primeiro, temos de ter aspetos éticos na recolha e no tratamento de dados, temos de olhar para aspetos de privacidade e segurança, temos de olhar para aspetos de utilização desses dados para dar um poder maior à sociedade quer na sua vertente administrativa, quer na privada para usar esses dados para fazer melhores políticas", apontou.
"Temos que ter os dados abertos" para que seja possível desenvolver novos serviços, acrescentou, referindo ainda a inclusão e a transparência e responsabilidade pelos investimentos feitos.
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