Uma análise feita pela Microsoft revelou que vídeos partilhados por celebridades na plataforma Cameo foram utilizados para dar força a uma campanha de propaganda pró-Kremlin.
Segundo um relatório apresentando na semana passada, e citado esta segunda-feira pela imprensa norte-americana, desde julho que vários vídeos de celebridades “têm sido editados de forma enganosa por forma a promover propaganda antiucraniana”.
O relatório dá conta de que uma pessoa - não identificada -, alinhada com os ideias do Kremlin, terá pagado para obter vídeos personalizados de celebridades, como Elijah Wood e Mike Tyson.
Segundo a imprensa norte-americana, estas celebridades desconheciam que os vídeos tinham sido manipulados por forma a aparentar que estavam a ter um discurso anti-Kyiv.
"As curtas mensagens de vídeo, que frequentemente apresentam celebridades a pedir a 'Vladimir' que procure ajuda para o abuso de substâncias, são editadas pelo ator desconhecido para incluir emojis e ligações", explica a CNN Internacional, referindo que as mensagens se referem ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Segundo o relatório, os vídeos foram amplamente partilhados por contas de redes sociais pró-russas e depois amplificados nos meios de comunicação social russos apoiados pelo Estado.
A Embaixada da Rússia nos Estados Unidos foi questionada pela CNN sobre o assunto, sem ter, no entanto, dado qualquer resposta.
Os especialistas da Microsoft referem que há pelo menos sete vídeos manipulados, e que, para além de Wood e Tyson, foram visados nestas alterações Priscilla Presley, Dean Norris, Kate Flannery e John McGinley.
"Os funcionários do Kremlin e a propaganda russa patrocinada pelo Estado há muito que promovem a falsa alegação de que o Presidente Zelensky luta contra o abuso de substâncias; no entanto, esta campanha marca uma nova abordagem por parte de atores pró-Rússia que procuram promover a narrativa no espaço de informação online", explicam os investigadores da Microsoft no relatório.
Leia Também: UE continuará a sancionar Bielorrússia até que haja eleições democráticas