Em causa está a decisão tomada esta tarde nos Estados Unidos, com a aprovação pela Câmara dos Representantes de um projeto de lei que poderá levar à proibição da aplicação TikTok no país caso os proprietários chineses não a vendam, com o argumento de que constitui uma possível ameaça à segurança nacional.
"Este processo foi secreto e o projeto de lei foi aprovado por uma razão: é uma proibição. Esperamos que o Senado considere os factos, ouça os seus constituintes e compreenda o impacto na economia, em sete milhões de pequenas empresas e nos 170 milhões de americanos que utilizam o nosso serviço", afirma fonte oficial do TikTok numa nota à Lusa.
O projeto de lei foi aprovado por 352 votos a favor e 65 contra -- dos quais 15 votos foram republicanos e 50 democratas -- e segue agora para votação no Senado.
Se for aprovado nesta câmara do Congresso norte-americano, o projeto será ratificado pelo Presidente, já que Joe Biden avisou que iria assinar a lei.
A proposta foi aceite na quinta-feira por unanimidade - 50 votos a favor e nenhum contra - pela comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes e, se for aprovada pelas duas câmaras e pelo Presidente, a ByteDance terá 180 dias para vender a aplicação (app).
O TikTok, que tem mais de 150 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, pertence à ByteDance, empresa que os deputados norte-americanos afirmam ser controlada pelo Governo chinês.
Por isso, alegam, o Governo da China pode ter acesso aos dados dos consumidores do TikTok nos EUA sempre que queira, colocando em causa a segurança nacional.
"Demos ao TikTok uma escolha clara", disse a deputada republicana Cathy McMorris Rodgers, citada pela agência de notícias Associated Press.
"Ou se separa da sua empresa-mãe, a ByteDance, que é controlada pelo PCC (Partido Comunista Chinês) e pode manter-se operacional nos Estados Unidos, ou se mantém do lado do PCC e enfrenta as consequências. A escolha é do TikTok", explicou.
Mas a opinião não é unânime.
"A resposta ao autoritarismo não pode ser mais autoritarismo", referiu o deputado republicano Tom McClintock.
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