Empresas sul-coreanas investem nas renováveis e 'chips' em Portugal
O embaixador da Coreia do Sul em Portugal, Cho Yeongmoo, prevê a concretização este ano de investimentos de empresas sul-coreanas nas áreas dos semicondutores ('chips') e das energias renováveis, nomeadamente em Aveiro.
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"Temos vindo a discutir vários projetos nas áreas dos semicondutores, mas estes ainda estão em curso. Espero que possamos ver resultados tangíveis dessas discussões este ano", afirmou o diplomata, quando se completa um ano da visita oficial do então primeiro-ministro António Costa à Coreia do Sul, uma "ocasião muito importante para elevar a outro nível as relações" entre os dois países.
Em entrevista à agência Lusa, Cho Yeongmoo recordou que, em novembro do ano passado, a SK Hynix, empresa de produção de semicondutores, assinou um memorando de entendimento com a AICEP - Agência para o Desenvolvimento e Comércio Externo de Portugal.
Nessa altura, a AICEP divulgou, em comunicado, que o acordo visava o desenvolvimento "de um projeto de investimento significativo na área dos semicondutores, em 2024", sem referir valores.
Também em 2023, a Kotra - Agência de promoção de comércio e investimento do governo sul-coreano voltou a ter escritórios em Lisboa, depois de ter encerrado em 2007, e está a funcionar como "um catalisador entre as empresas dos dois países", segundo o embaixador, que diz haver muitos pedidos de informação de empresas sul-coreanas e portuguesas.
"O atual gabinete da Kotra está a desempenhar um papel de ponte", acrescentou à Lusa, dando conta da visita no ano passado de uma delegação empresarial da Coreia e das expectativas de mais deslocações em 2024 de empresários dos setores de baterias, cosmética e automóvel.
No âmbito das energias renováveis, o diplomata informou sobre os planos de expansão da empresa CS Wind, fabricante de torres eólicas em Aveiro.
"Querem expandir as suas instalações de fabrico" resumiu Cho Yeongmoo, sublinhando, desta forma, o aumento do investimento e do número de empregos, numa localização que permite a exportação por via marítima.
Exemplificando com outras empresas presentes, o embaixador argumentou que "a área das renováveis é também muito promissora" para que Lisboa e Seul "explorem uma maior cooperação".
Os países também têm desenvolvido relações a nível regional e desde 2007 que a Madeira e Jeju, a maior ilha sul-coreana localizada a sul da península da Coreia, acordaram uma relação de geminação, com o objetivo de cooperar em diversas áreas como turismo, ensino e economia.
"Em 2022, quando cheguei, celebrámos o 15º aniversário da 'irmandade' entre as duas ilhas", afirmou o embaixador, acrescentando que a pandemia de Covid-19 pode ter "impedido a troca de visitas", mas que espera que "as pessoas da Madeira possam ir à ilha de Jeju" e que os coreanos possam ir ao arquipélago português.
No ano passado, também Sintra concluiu um acordo de geminação com o Município de Yangsan, após uma visita da sua delegação e, de acordo com o embaixador vários governos municipais mostram interesse em ter relações de proximidade com Portugal.
"Tivemos alguns governos municipais que queriam ter uma relação próxima com as cidades portuguesas, por isso estamos a trabalhar nisso e espero que possamos ver muitas conclusões da 'irmandade' entre as cidades dos nossos países", referiu.
À Lusa, Cho Yeongmoo notou ainda o interesse dos portugueses pela cultura da Coreia, designadamente música e filmes, indicando a promoção de vários eventos para apresentar a diversidade que existe, incluindo também a nível gastronómico, no qual há cooperação com escolas do Turismo de Portugal.
A comunidade coreana em Portugal ronda as 300 pessoas, enquanto o número de turistas atingiu um pico antes da pandemia COVID-19, com 210 mil pessoas, tendo no ano passado havido um registo de 160 mil em vários locais como Lisboa, Porto, Coimbra, Fátima e Algarve, divulgou a representação diplomática.
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