Chega às lojas esta sexta-feira, dia 26 de abril, o mais recente exclusivo da PlayStation 5. Chama-se ‘Stellar Blade’ e é desenvolvido pela Shift Up Corporation, um estúdio sul-coreano com experiência sobretudo em jogos para telemóveis e que teve certamente neste projeto um dos seus maiores desafios até à data.
Felizmente, parece que a ambição da Shift Up compensou e ‘Stellar Blade’ mostra-se como um jogo de ação à altura de alguns dos melhores títulos no género - sobretudo nesta geração de consolas.
A PlayStation Portugal enviou ao Notícias ao Minuto um código de ‘Stellar Blade’, pelo que passámos as últimas semanas envolvidos na aventura de Eve e na sua batalha contra os monstruosos Naytiba.
O enredo de ‘Stellar Blade’ assenta sobretudo neste conflito. No jogo, a grande maioria da humanidade já não se encontra na Terra e o nosso planeta é sobretudo ocupado pelos Naytiba, com as cidades a ficarem destruídas e repletas destas criaturas. É num esforço para reconquistar a Terra que Eve e o seu esquadrão entram na atmosfera e chegam até à superfície, com a protagonista a ser uma das poucas sobreviventes depois desta (impressionante) sequência inicial.
© Sony Interactive Entertainment / Shift Up Corporation
O enredo de ‘Stellar Blade’ não é muito diferente de tantos outros que já vimos e será especialmente familiar para os fãs de ‘Nier: Automata’ de 2016, um jogo que o produtor de ‘Stellar Blade’ já assumiu ter sido uma referência no projeto. No entanto, fica a faltar às personagens de ‘Stellar Blade’ alguma profundidade e relevância temática, com o design impecável a não corresponder ao trabalho que seria necessário realizar do ponto de vista da personalidade propriamente dita.
Felizmente, o que não falta a ‘Stellar Blade’ é personalidade em outros aspetos, nomeadamente no design artístico dos ambientes e das personagens. As cidades e laboratórios futuristas e o design dos monstros (sobretudo dos ‘bosses’) mostram o mesmo grau de atenção dos produtos, com ‘Stellar Blade’ a conseguir distinguir-se visualmente dos demais títulos.
Se já viu alguma coisa sobre ‘Stellar Blade’ já terá certamente reparado nos fatos arrojados e perspectivas arriscadas da câmara em relação à protagonista Eve. Ainda que seja abundante e frequentemente desnecessário, o ‘fan service’ em relação a Eve nunca distrai da ação e consegue sempre manter-se no limite da fronteira do que pode ser considerado pela maioria como aceitável.
© Sony Interactive Entertainment / Shift Up Corporation
A qualidade do grafismo também é digna de notar. ‘Stellar Blade’ recorre ao Unreal Engine 4 como motor de jogo e, ainda que falhe em implementar algumas inovações do ponto de vista de iluminação e de texturas, ‘Stellar Blade’ foca-se totalmente na fluidez da ação com resultados notáveis.
Os jogadores terão a opção de jogar a ‘Stellar Blade’ com três modos: um focado na resolução, outro na fluidez e um no equilíbrio entre estes dois. Na experiência que tivemos com ‘Stellar Blade’, ficamos inclinados a recomendar o modo que dá prioridade à fluídez uma vez que consegue manter a ação nuns estáveis 60 frames por segundo.
Tendo em conta a natureza mais frenética e focada de ‘Stellar Blade’, somos da opinião que a Shift Up fez uma boa escolha e um excelente trabalho com este modo e que, posto isto, deve ser a escolha dos apreciadores de jogos de ação.
© Sony Interactive Entertainment / Shift Up Corporation
Falando então da jogabilidade, os aficionados pelo género encontrarão elementos em comum com o já referido ‘Nier: Automata’ e também com alguns títulos da From Software, sobretudo ‘Sekiro: Shadows Die Twice'.
Isto deve-se sobretudo à importância que o ato de bloquear um ataque inimigo no momento certo tem em ‘Stellar Blade’. Dependendo do inimigo, um determinado número de bloqueios no ‘timing’ certo vai resultar numa quebra de postura e abre assim a possibilidade de um ataque capaz de infligir mais dano.
Além disso, desvios no tempo certo também colocam Eve em vantagem - seja ao colocar a protagonista nas traseiras do inimigo ou danificando a defesa acrescida dos Naytiba. Todas estas ações contribuem para ‘alimentar’ o medidor dos ataques especiais, os quais podem ser melhorados ao ganhar experiência adquirida com a eliminação de Naytiba assim como outros atributos e combinações de ataques de Eve.
© Sony Interactive Entertainment / Shift Up Corporation
Tudo isto pode parecer muito familiar para os fãs de ‘Nier: Automata’ e de ‘Sekiro’, com o design dos níveis a também seguir parte da fórmula da From Software com o posicionamento cirúrgico dos inimigos - o qual garante que o jogador deve ficar sempre em estado de alerta para alguma surpresa. À semelhança de ‘Dark Souls’ e de outros jogos da produtora japonesa, há certos pontos específicos (acampamentos) em que Eve pode descansar, recuperar vida e itens de cura em troca do reposicionamento dos inimigos eliminados.
Ainda que a progressão de ‘Stellar Blade’ seja mais linear, as áreas são suficientemente grandes para esconder itens e materiais necessários para criar fatos ou melhorar o drone que serve de apoio e ataque a longa distância. O design será evocativo de jogos mais antigos, algo que agradará a uns e desagradará a outros mas que, no caso de ‘Stellar Blade’, funciona com o objetivo pretendido pela Shift Up.
Uma última nota para a banda sonora, que serve ainda mais para aproximar ‘Stellar Blade’ de ‘Nier: Automata’. Acontece que o compositor de faixas para ‘Nier: Automata’ e ‘Nier: Replicant’, Keiichi Okaba, também contribuiu com alguns temas para ‘Stellar Blade’. O efeito é o mesmo e merecedor de elogios, com as músicas recheadas de coros que servem de pano de fundo a ajudarem a estabelecer um ambiente distinto e agradável.
© Sony Interactive Entertainment / Shift Up Corporation
Considerações finais
‘Stellar Blade’ é um jogo que, à partida, poderia padecer de alguns males fruto da experiência da respetiva produtora. No entanto, o mais recente exclusivo da PlayStation 5 mostra-se como uma das apostas mais seguras para os fãs de jogos de ação, com lições bem aprendidas com algumas das grandes referências do género.
Pode não fazer nada de verdadeiramente novo mas, no que diz respeito a identidade visual, é inegável que ‘Stellar Blade’ está alguns pontos acima do que é habitual. Mesmo que a Shift Up pudesse ser (ainda) mais ambiciosa, fica aqui uma base sólida para se criar uma nova ‘franchise’.
Pontos fortes
- Bom ritmo de ação;
- Grafismo impressionante e fluído;
- Música ambiente com impacto;
- Design artístico diferenciador;
Pontos fracos
- O fan service poderá afastar alguns jogadores;
- Mesmo que tenha alguns elementos de acessibilidade, a dificuldade pode ser um problema;
- Personagens pouco desenvolvidas;
- Os segmentos de plataformas pouco acrescentam.
Ideal para…
Os fãs de jogos de ação não devem menosprezar o trabalho feito com ‘Stellar Blade’. Mesmo horas depois de se familiarizar com o estilo de combate, o ritmo a que são introduzidos novos tipos de inimigos faz com que a jogabilidade continue a ser desafiante e um ponto alto de ‘Stellar Blade’. Especialmente recomendável para os fãs de ‘Nier: Automata’ uma vez que o ambiente será bastante familiar.
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