China prepara modelo de IA baseado nas teorias políticas de Xi Jinping

As teorias políticas do Presidente chinês, Xi Jinping, vão ter um novo aliado sob a forma de um 'chatbot', um modelo linguístico alimentado por Inteligência Artificial (IA) semelhante ao ChatGPT, que está bloqueado na China, divulgou hoje Pequim.

Notícia

© Getty Images

Lusa
22/05/2024 13:37 ‧ 22/05/2024 por Lusa

Tech

Inteligência Artificial

Trata-se de um Grande Modelo Linguístico (LLM), tipo de programa de IA capaz de reconhecer e gerar texto, que vai captar a narrativa oficial do Partido Comunista, anunciou a Administração do Ciberespaço da China na sua conta oficial na rede social WeChat.

As teorias políticas do governante chinês, oficialmente conhecidas como "Pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era", incluem as suas instruções sobre todos os aspetos da vida política, social e económica do país e estão consagradas na Constituição chinesa em 2018.

Já apelidado de "XiGPT" por algumas publicações, o modelo procura "satisfazer uma vasta gama de necessidades", bem como "responder a perguntas, resumir informações e traduzir [os pensamentos de Xi] de chinês para inglês".

Ao contrário de outros sistemas de IA, o LLM baseia-se numa base de conhecimentos com dados gerados localmente e não é de código aberto, o que significa, segundo as autoridades chinesas, que é "seguro e fiável",

O sistema foi "implementado exclusivamente nos servidores do Instituto de Investigação do Ciberespaço da China, onde todos os dados são processados localmente, garantindo um elevado nível de segurança", de acordo com a mesma fonte.

No entanto, acrescentou a agência oficial, está "em fase de testes internos" e não está ainda disponível para utilização pública, embora esteja disponível para alguns utilizadores "por convite".

O anúncio surge numa altura em que Pequim está a tentar utilizar a IA para impulsionar o crescimento económico, ao mesmo tempo que mantém um controlo apertado sobre o ciberespaço.

O ChatGPT, da empresa norte-americana OpenAI, não está acessível aos utilizadores na China, enquanto várias empresas locais se apressaram a lançar as suas próprias versões, que têm de seguir todo o tipo de regulamentos para garantir que a narrativa gerada está alinhada com o discurso oficial de Pequim.

Em abril do ano passado, o regulador chinês da Internet publicou normas para o setor da IA, que exigem que os conteúdos criados por 'chatbots' e outros modelos generativos "reflitam os valores fundamentais socialistas" e não "minem a unidade nacional", não "subvertam o poder do Estado" ou "incitem à divisão do país".

Alguns meses mais tarde, uma reunião da Comissão de Segurança Nacional do Partido Comunista da China, presidida por Xi, apelou a esforços para "salvaguardar a segurança política" e "melhorar a governação da segurança dos dados da Internet e da Inteligência Artificial".

O Partido Comunista apelou, em fevereiro, aos seus membros para que dediquem mais tempo ao estudo do pensamento de Xi, de forma a estarem "familiarizados" com a sua teoria política.

Leia Também: Impresa e Nova IMS criam primeiro laboratório de dados e IA

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas