Novas plataformas dificultam investigação
Os criminosos que divulgam pornografia infantil em direto na Internet utilizam cada vez mais novas plataformas tecnológicas, como o serviço de comunicação Skype ou a moeda virtual bitcoin, o que dificulta as investigações policiais, alertou hoje a Europol.
© Lusa
Tech Pornografia infantil
"Os criminosos que exploram sexualmente crianças na Internet estão a usar cada vez mais os desenvolvimentos tecnológicos e a obter benefícios financeiros", afirmou o Serviço Europeu de Polícia (Europol), num relatório sobre esta matéria.
A divulgação de pornografia infantil através de plataformas de transmissão em direto na Internet ('livestream') ou de plataformas de comunicação texto e vídeo, como é o caso do serviço Skype, é muito mais difícil de detetar, em comparação com a difusão através de um 'site', explicou o organismo, no mesmo documento.
O relatório foi desenvolvido pelo departamento de cibercriminalidade da Europol, com a colaboração da Eurojust (Unidade Europeia de Cooperação Judiciária), de organizações não-governamentais (ONG) e de multinacionais da área dos cartões de crédito ou da Internet, como Google e Microsoft.
"A pesquisa revela que a transmissão em direto dos abusos em troca de pagamento não é mais uma tendência emergente, é uma realidade estabelecida", sublinhou o relatório.
O documento denunciou que crianças sem-abrigo ou crianças da própria família dos criminosos estão a ser abusadas em direto em frente a câmaras e que essas imagens são transmitidas através da Internet.
"Isto acontece na União Europeia e em países emergentes", indicou o relatório.
A polícia filipina desmantelou recentemente uma rede criminosa que transmitia em direto os abusos sexuais de crianças com idades entre os seis e os 15 anos, segundo a Europol.
As 15 vítimas menores foram libertadas e 29 pessoas foram detidas, incluindo os membros do grupo criminoso e as pessoas que pagaram para assistir aos abusos sexuais.
Mais de 700 presumíveis compradores de conteúdos de pornografia infantil nas Filipinas foram identificados, precisou a Europol.
Em 2014, os investigadores identificaram, pela primeira vez, um 'site' que vendia pornografia infantil exclusivamente através de bitcoins.
O uso desta moeda virtual lançada em 2009 torna a deteção dos criminosos mais difícil, uma vez que é utilizada através de um sistema de pagamento anónimo. Anteriormente, o modo mais utilizado eram os cartões de crédito, o que facilitava o controlo das transações.
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