Portugal é tido como um mercado pequeno, com pouco espaço para vários atores do mesmo mercado. Todavia não é esta a opinião de Antonio Cantalapiedra, CEO ibérico da MyTaxi, que em entrevista ao Tech ao Minuto falou sobre a aplicação e o que ela representa para o futuro da indústria dos táxis e dos meios de transporte citadinos como os conhecemos.
Tendo chegado ao nosso país em dezembro, a MyTaxi é relativamente recente e portanto será ainda uma aplicação a conhecer pela maioria das pessoas que costuma utilizar serviços de táxi. Ainda assim, Cantalapiedra, avança que o lançamento português é "o maior do ponto de vista da aceitação relativamente ao número de veículos e taxistas associados", vendo o sucesso inicial como uma demonstração de que os clientes estão a gostar e de "que era necessário um serviço como a MyTaxi".
Mas porquê Portugal? De acordo com Cantalapiedra a escolha do nosso país para lançar o serviço está relacionado com a "quantidade de turistas que estão a visitar Lisboa", assim como "grande movimento de startups" que trazem tantos executivos ao nosso país. Ao ser uma aplicação com ambições de abranger todo o mercado europeu, a MyTaxi pretende ser um elemento unificador dos serviços de táxis convencionais. Para o CEO responsável tanto por Espanha como por Portugal não há motivos para não aderir.
"Os taxistas com uma aplicação como a MyTaxi têm a oportunidade de modernizarem, de oferecerem um serviço premium aos seus clientes", considerou Cantalapiedra, que indica que este é o caminho para todas as empresas de táxis atuais que poderão usufruir "da internacionalização, da digitalização e da integração de sistemas".
A concorrência: o que está ou não certo?
Ao falar deste mercado há um nome que continua a surgir com frequência e que causa acesos debates sobre a sua legitimidade, tornando-se compreensivelmente incontornável. A Uber é uma empresa quase automaticamente associada a este 'mundo novo' das aplicações de transporte e, sendo Antonio Cantalapiedra o CEO ibérico da MyTaxi, também tem uma palavra a dizer.
Por um lado, a Uber é considerada "amiga da MyTaxi de um ponto de vista tecnológico" mas adianta que é necessário "digitalizar essa indústria dentro da legalidade e dentro dos canais pertinentes através das autoridades para modernizar as leis e a regulamentação". É a "postura anarquista" que não agrada a Cantalapiedra, que aproveita para afirmar que quer "vários atores, várias empresas e oferecer serviços de táxi". "Parece-me bem que [outras empresas] tratem de trabalhar e que olhem para a MyTaxi para melhorarem", adiantou o CEO ao Tech ao Minuto.
Esta concorrência é vista para Cantalapiedra como algo positivo. É aqui que é dada uma pista para o futuro da MyTaxi, o que é apoiado pela Daimler, detentora da Mercedes-Benz, que se tornou a primeira fabricante automóvel a entrar no mercado aplicações de transportes.
No que diz respeito ao futuro próximo da MyTaxi, a Daimler pode "contribuir com campanhas para poder expandir [a aplicação]" mas há ainda o interesse de "construir uma plataforma para personalizar as viagens dos clientes", uma vertente que não foi explicada a fundo mas que aponta para um maior controlo por parte do utilizador a nível de entretenimento durante a viagem.