Internet ferramenta libertadora, mas igualmente perigosa
A internet, mais propriamente, as redes sociais são uma ferramenta libertadora, mas também perigosa, sendo importante a criação de filtros para perceber o real alcance dos assuntos, de acordo com um consultor de comunicação empresarial e política.
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Tech Evolução
Na véspera do dia Mundial das Redes Sociais, João Tocha, um dos primeiros a fazer consultoria para as redes sociais, explicou à agência Lusa a importância do fenómeno.
"Foi um movimento e uma tecnologia libertadora e também perigosa. Hoje as redes podem provocar danos a pessoas, marcas, reputações. É preciso ter algum cuidado, temos de meter filtros, perceber o real alcance das coisas", alertou João Tocha.
Para o consultor, há que avaliar bem o tipo de mensagens ou críticas que são replicadas na internet, considerando que se pode estar a amplificar um sinal que não tem importância e outras vezes, a ignorar outros que não o deviam ser.
"É um mundo novo, não pela tecnologia em si, mas um mundo que obriga a novas aproximações comunicacionais, a novas formas de linguagem, novos códigos. Cada vez mais a centrarmo-nos nas bases de dados e filtros cada vez mais importantes para perceber o que é relevante e o que não é", frisou.
João Tocha referiu ainda que a internet passou a ser um "mercado incontornável" ao qual a empresa que gere teve de "deitar a mão e tirar partido", devido à abrangência em termos de público, lembrando que obrigou, no entanto, a "abordagens específicas".
"Depois de passar a fase inicial da euforia, [tínhamos de saber] como é que mediávamos a eficácia das redes sociais e dos vários instrumentos que fomos tendo", explicou.
Quando questionado sobre o atual poder das redes sociais, Tocha sublinhou que "sempre existiu" não sendo de agora.
"Há uma parte folclórica, não nos podemos deixar impressionar sobre falsos sinais que vêm das redes sociais, mas há uma parte muito real e que cada vez ganha uma importância maior nos media tradicionais. Hoje qualquer um tem de ter esta multiplataforma", adiantando, no entanto, que os meios não se substituem uns aos outros.
João Tocha frisou ainda que as redes sociais são "uma nova forma de cidadania", lembrando que as instituições vão ter de encontrar novas formas de comunicar e os sistemas políticos e regimes aperceberem-se de que é preciso criar novas formas de participação ao minuto para perceber o que é importante e o que não é.
"É uma revolução que estamos a assistir à qual ainda não vimos o fim, já vimos alguns efeitos no Médio Oriente [Primavera Árabe] em alguns países como Espanha, e mesmo em Portugal", avançou, lembrando as manifestações que foram convocadas através das redes sociais:
"Se funcionam à primeira e se juntam muita gente, depois, numa segunda tentativa de instrumentalização, já não resultam, tudo isto está a mudar", concluiu.
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