Facebook confunde fotografia histórica com pornografia infantil
Depois de ter publicado no seu mural a fotografia da ‘Menina de Napalm’ o jornal norueguês viu a publicação apagada pela rede social.
© Reuters
Tech Poder
O editor do jornal noruguês Aftenposten está a acusar o CEO do Facebook de estar a “abusar” do seu poder, depois de a rede social ter apagado a icónica e mundialmente premiada fotografia da Guerra do Vietname, ‘Menina de Napalm’. O motivo? Por a ter confundido com uma fotografia de promoção de pornografia infantil.
O jornal norueguês publicou na rede social a fotografia histórica tirada em 1975 pelo fotógrafo Nick Ut, publicação feita no âmbito das “sete fotografias que mudaram a história da guerra”. Sem aviso, a imagem foi removida e o autor, Tom Egeland, suspenso da rede social.
A atitude foi seguida de uma nova publicação do jornal escandinavo, desta vez sobre a suspensão e acompanhada da mesma fotografia no artigo, com o Facebook a pedir para “remover ou pixelizar” a fotografia. A rede social apontou que “quaisquer fotografias de pessoas com rabos, genitais ou seios femininos completamente nus serão removidos”. O pedido acabou por não ser atendido, com o editor, Espen Egil Hansen, a afirmar que nem teve oportunidade de o fazer.
Em reação, Egil Hansen dedicou a primeira página da edição de sexta-feira do Aftenpost ao sucedido. A fotografia ‘Menina de Napalm’ tem o destaque, com o editor a afirmar que o Facebook deve tomar mais a sério a sua posição enquanto empresa de media, atribuindo ao CEO Mark Zuckerberg o papel de “editor mais poderoso do mundo”.
O Facebook já tornou públicas as suas explicações sobre o sucedido por um representante através do The Guardian, afirmando que “apesar reconhecer que a fotografia é icónica, é difícil criar uma distinção entre permitir a fotografia de uma criança nua numa situação e não outras".
"Tentamos criar o equilíbrio certo entre permitir às pessoas que se expressem e manter uma experiência segura e respeitadora para a comunidade global [do Facebook]. As nossas soluções não serão sempre perfeitas mas continuaremos a tentar melhorar as nossas políticas e as formas como as aplicamos", pode ler-se no comunicado do representante.
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