Investigadores restauram primeira gravação de música por computador
Investigadores neozelandeses anunciaram hoje terem restaurado a primeira gravação de música gerada por computador, que foi feita em 1951 através de uma engenhoca concebida pelo génio da matemática britânico Alan Turing.
© DR
Tech Alan Turing
Investigadores da Universidade de Canterbury, em Christchurch, indicaram que a engenhoca mostra Alan Turing - mais conhecido como o pai das ciências da computação e por decifrar o código Enigma usado pelos nazis na II Guerra Mundial - foi também inovador ao nível da música.
"O trabalho pioneiro de Alan Turing no final da década de 1940 de transformar o computador num instrumento musical foi amplamente ignorado", sublinharam.
A gravação foi feita há 65 anos por uma unidade de exteriores da BBC no laboratório de máquina de computação em Manchester, no norte de Inglaterra.
A máquina, que preenchia grande parte do piso térreo do laboratório, foi usada para gerar três melodias: "God Save the King", "Baa Baa Black Sheep" e "In the Mood" de Glenn Miller.
Mas quando o professor Jack Copeland e o compositor Jason Long analisaram o disco de acetato, de 30,5 centímetros, descobriram que o som estava distorcido.
"As frequências na gravação não eram precisas. A gravação deu, na melhor das hipóteses, uma impressão aproximada de como soava o computador", indicaram.
Os investigadores arranjaram o artefacto auditivo do matemático, fazendo, entre outros, ajustes na velocidade do áudio, compensando o 'desequilíbrio' na gravação e filtrando o ruído externo.
"Foi um belo momento quando ouvimos pela primeira vez o som do computador de Turing", afirmaram Copeland e Long num 'post' publicado no portal da Biblioteca Britânica.
Os dois minutos de gravação podem ser ouvidos em: http://blogs.bl.uk/files/first-recorded-computer-music---copeland-long-restoration.mp3
Turing foi um cientista da computação, filósofo e criptologista que desempenhou um papel fundamental ao resolver o enigma nazi.
Como retrata o fime "O jogo da imitação", vencedor de um Óscar pelo melhor argumento adaptado, Turing foi condenado por homossexualidade e submetido à castração química. Em 1954, suicidou-se, aos 41 anos.
Em 2013, a rainha Isabel II concedeu-lhe o perdão a título póstumo, após uma longa campanha.
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