As concentrações de silício, o segundo elemento químico mais abundante na crosta terrestre, foram detetadas pelo veículo robotizado norte-americano Curiosity em marcas circulares na cratera de Gale.
Segundo o autor-principal do estudo, Jens Frydenvang, da universidade dinamarquesa de Copenhaga e do laboratório norte-americano Los Alamos, o silício parece ter migrado de sedimentos rochosos muito antigos para rochas sobrepostas mais recentes por meio de água que fluía através de fraturas rochosas.
A missão Curiosity, em solo marciano desde agosto de 2012, procura investigar a possível habitabilidade do planeta, tendo chegado à conclusão que a cratera de Gale teve em tempos um lago com água líquida.
O estudo agora publicado sugere que, mesmo quando o lago terá eventualmente evaporado, quantidades significativas de água líquida no subsolo perduraram durante muito mais tempo do que se julgava.
Continua-se, no entanto, sem saber se esta água terá suportado alguma forma de vida.
As marcas circulares com silício foram descobertas numa elevação de 20 a 30 metros, perto de uma camada de sedimentos rochosos antigos.
O estudo, citado num comunicado pelo laboratório Los Alamos, refere que algumas das rochas que têm as 'auréolas' de silício foram depositadas pelo vento, tal como as dunas. Tais dunas, sustentam os autores, só poderiam existir se o lago tivesse secado.
A presença de marcas circulares de silício em rochas formadas depois de o lago da cratera de Gale ter possivelmente secado indica, de acordo com os investigadores, que água subterrânea continuava a fluir nas rochas mais recentemente do que se pensava.