Passámos uns dias a bordo de um Tesla Model S. E contamos-lhe como foi

Fomos descobrir como é ter nas mãos um dos carros elétricos mais mediáticos do mundo. Será que cumpre a expetativa?

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Miguel Patinha Dias
09/02/2018 08:00 ‧ 09/02/2018 por Miguel Patinha Dias

Auto

Elétrico

Vamos ser honestos, as expetativas eram altas. Levar anos a falar e a ver vídeos do Tesla Model S tornou o momento de estar atrás do volante um misto de ansiedade e nervosismo. Nunca ter conduzido um carro elétrico antes também 'ajudou', pelo que a experiência foi uma espécie de tudo ou nada no que diz respeito a este tipo de veículos.

Tão discreto quanto elegante, era difícil que o Model S preto, de interior branco que a Tesla emprestou ao Tech ao Minuto não cumprisse as expetativas no que diz respeito ao design. Logo a forma como os manípulos saem das portas para dar as boas-vindas ao condutor é suficiente para sabermos que não estamos perante um carro qualquer. Não que não haja carros capazes de competir com o Model S, mas é difícil encontrar um automóvel que faça do condutor e dos passageiros o objeto de tanta atenção como este sedan da Tesla.

O conforto e a atenção ao detalhe tornam difícil poupar elogios a este automóvel da Tesla. Praticamente qualquer pormenor do carro pode ser alterado. A suspensão, a posição/temperatura dos bancos, a forma como ar circula no interior do veículo e o que surge no painel logo à frente do volante, o condutor está em absoluto controlo do carro. Quer ter o sistema de navegação do lado direito e a música que está a ouvir do lado direito? Ou talvez prefira ter o relógio em destaque? Pode ainda manter um olho atento à autonomia e controlar o consumo de energia. Há várias combinações possíveis que podem ser alteradas pressionando (e navegando) com os dois botões dos dois lados do volante.

É digno de nota o facto de os lugares traseiros terem espaço mais do que suficiente para três passageiros. É comum que quando um carro circula em lotação máxima os três passageiros nos lugares traseiros tenham dificuldades em manterem-se confortáveis, algo que felizmente não acontece neste Model S. Há espaço para acomodar as pernas e para todos os passageiros terem o seu conforto.

A atenção do condutor (e respetivos passageiros) estará com certeza no ecrã tátil de 17 polegadas presente ao centro do tablier. Ao início, é fácil ficar assoberbado com a quantidade de opções mas esse é mesmo o choque inicial. Em menos de nada estará a navegar pelos vários menus com a facilidade de quem tem o carro durante meses. Tivemos este Tesla Model S durante apenas quatro dias e foi suficiente para nos sentirmos em ‘casa’.

Há ainda outros ‘pormenores’ que vale a pena mencionar. O facto de poder aceder a qualquer rádio do mundo via internet (integrada no carro), ter direito a Spotify (com subscrição Premium), ter acesso no ecrã tátil ao Google Maps e até navegar na internet (ainda um pouco lenta mas com promessa de melhorias para breve) são apenas alguns deles.

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Vai direto ao assunto. Como é conduzir um Tesla?

É difícil apelidar a condução do Model S. Se por um lado é capaz de fazer arranques suaves ao ponto de nem notar que está a andar, este automóvel da Tesla também consegue ser um autêntico ‘demónio’ quando se pisa a fundo. Mesmo na versão 100D com bateria de 100kWh (e sem o tão falado modo Ludicrous) é possível sentir a potência, com o carro a reagir automaticamente e a tirar o fôlego aos passageiros que estejam mais distraídos (algo que se torna especialmente divertido de ver)..

Mesmo que o Tesla Model S seja sinónimo de velocidade, a segurança não foi colocada de parte. Em nenhum momento nos sentimos fora de controlo, com a direção bem controlada e com o carro bem ‘preso’ à estrada e estável como sempre. Quase tão imediato como a aceleração, o travão dá segurança a quem está a atrás do volante e, mesmo que esteja um pouco distraído, o carro é capaz de o avisar com um sinal sonoro se estiver aproximar-se demasiado rápido de um veículo à sua frente.

E já que estamos a falar da capacidade do Model S ‘sentir’ o que está à sua volta, é impossível não falar do modo Autopilot, uma das capacidades mais interessantes e simultaneamente mais enganadoras do carro. O Autopilot ainda está longe de dar ao Model S a capacidade de ser conduzido autonomamente, algo para que a Tesla avisa logo de início.

Este é um aviso que deve levar a sério até porque o Autopilot apenas é seguro de usar em determinadas situações. Para começar, convém que a via de circulação esteja devidamente assinalada, com os sensores do carro a terem dificuldade em manter o carro a andar devidamente. O próprio Model S avisa o condutor (com um pequeno ícone de um volante no mostrador) quando é seguro ativar o Autopilot através de um duplo pressionar de um manípulo no lado esquerdo do volante.

Tal como tudo no carro, ao início é assustador ver o Model S virar o volante sozinho e a acelerar/travar de acordo com a necessidade. Ainda que seja mais indicado apenas ativar este modo em autoestrada ou via rápida, deve sempre ter as mãos próximas do volante e atenção na estrada de modo a evitar acidentes.

Haveria ainda espaço para falar do consumo de energia e de como é carregar o Model S, um assunto que desenvolvemos num segundo artigo onde explicamos como foi a nossa experiência neste campo.

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Em suma…

Conduzir um Tesla Model S tem tanto de incrível como de elucidativo. Fica claro que os carros elétricos oferecem um conforto e uma suavidade de condução ímpares. É também certo que sabemos que estamos perante um carro direcionado para o mercado premium e que nem tudo o que encontramos neste Model S pode ser encontrado em outros carros elétricos disponíveis no mercado.

Ainda assim, experimentar conduzir o Model S torna-se também um exercício interessante para prever o que a Tesla pode oferecer com o Model 3 quando o carro chegar a Portugal no final do ano. O terceiro veículo da marca de Elon Musk é suposto ser o modelo financeiramente mais acessível do catálogo, uma perspetiva que o torna ainda mais atraente tendo em conta que o Model S pode ultrapassar facilmente o patamar dos 100 mil euros.

Ao Tech ao Minuto os representantes da Tesla referiram que o Model 3 “não deverá andar longe dos 35 mil euros” prometidos pela marca. Um valor já atraente e que esta experiência com o Model S tornou ainda mais convidativo.

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