"É altura do Zuckerberg deixar de se esconder no Facebook"
O responsável pela denúncia do caso, Christopger Wylie, viu a sua conta banida do Facebook. O The New York Times afirma que a apropriação de dados do Facebook é a “uma das maiores na história da rede social”.
© Reuters
Tech Polémica
O Facebook está a ser alvo de críticas naquela que promete ser uma das maiores polémicas dos últimos anos. Em causa está a descoberta que a empresa de análise de dados britânica Cambride Analytica se apropriou indevidamente de dados pertencentes a 50 milhões de utilizadores, dados estes que foram posteriormente transformados em perfis psicológicos para serem usados nas eleições presidenciais dos EUA , mais precisamente na campanha de Donald Trump.
As críticas ao Facebook prendem-se com a forma como a rede social lidou com o assunto. Conta o CNET que os dados foram obtidos através de uma aplicação destinada a criar perfis psicológicos para profissionais da área, tendo sido posteriormente reaproveitados pela Cambridge Analytica. Mesmo depois de o Facebook ter pedido para que estes dados fossem apagados, a Cambridge Analytica não se desfez de todo o conjunto.
O Facebook procura defender-se do caso assegurando que não houve qualquer quebra da sua segurança, uma vez que não foram roubadas palavras-passe ou senhas de autenticação. Ainda assim, publicações como o The New York Times estão a apontar o caso como “um dos maiores roubos de dados de sempre na história da rede social”.
O caso já ganhou também a atenção de entidades governamentais e legisladores de ambos os lados do Atlântico. “Alguém tem de tomar responsabilidade por isto. É altura do Mark Zuckerberg deixar de se esconder atrás da sua página de Facebook,” afirmou o legislador conservador britânico Damian Collins de acordo com a TIME.
“Esta é uma violação que deve ser investigada. Está claro que estas plataformas não se conseguem vigiar a elas próprias”, afirmou Amy Klobuchar, senadora democrata no estado do Minnesota, EUA.
Por enquanto o único passo que o Facebook parece ter tomado é suspender a conta de Christopher Wylie, o responsável por denunciar o caso ao The Guardian. Wylie, o responsável pelo desenvolvimento da tecnologia usada para reunir dados dos utilizadores do Facebook para a campanha, revelou no Twitter ter sido suspenso “por algo que [o Facebook] conhece em privado há dois anos”.
Do seu lado, o Facebook afirma ter suspendido a conta de Wylie por este se ter recusado a cooperar. “O senhor Wylie recusou-se a cooperar connosco até que levantemos a suspensão da sua conta. Tendo em conta que ele disse que ‘tirou partido do Facebook para reunir milhões de perfis de utilizadores’, não o podemos fazer desta vez”, pode ler-se no comunicado enviado para o TechCrunch.
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