Presidente do Brasil rejeita restrições para quem não se quer vacinar

O Presidente do Brasil rejeitou na sexta-feira "qualquer restrição" que possa afetar quem recusa a vacina contra a doença covid-19, apesar do país ser um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus.

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Lusa
01/01/2022 07:29 ‧ 01/01/2022 por Lusa

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Pandemia

 

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"A liberdade deve ser respeitada", disse Jair Bolsonaro na mensagem de fim de ano transmitida por uma rede nacional de rádio e televisão.

Como é habitual sempre que Bolsonaro profere estes discursos, a mensagem, que neste caso durou seis minutos, foi acompanhada por apitos e bater de panelas às janelas em cidades como São Paulo, além dos gritos habituais de "Fora Bolsonaro!"

No discurso, o chefe de Estado brasileiro garantiu que 2021 terminou com a inoculação de 380 milhões de vacinas para os 213 milhões de habitantes.

Muitos brasileiros recusam ser vacinados, inclusive o próprio Bolsonaro, que garantiu que será o último a ser imunizado.

"Todos os adultos que desejaram foram vacinados no Brasil. Fomos um exemplo para o mundo", afirmou.

O Presidente brasileiro rejeitou ainda medidas como o passaporte de vacinação ou "qualquer restrição para quem não quiser ser vacinado".

Bolsonaro acrescentou que os menores entre os 5 e os 11 anos, conforme acordado pelo Ministério da Saúde, só serão vacinados com o consentimento dos pais e por receita médica.

A mensagem passou em revista as políticas adotadas no mandato que iniciou em 01 de janeiro de 2019 e encerrará em 31 de dezembro de 2022, caso não consiga a reeleição nas próximas presidenciais, marcadas para outubro.

Entretanto, o Supremo Tribunal Federal brasileiro autorizou no último dia de 2021 as universidades públicas a exigirem prova de vacinação contra a covid-19 aos alunos que desejam regressar às aulas presenciais em 2022, um dia depois de o Governo de Jair Bolsonaro proibir por decreto essa possibilidade.

A autorização foi concedida pelo juiz Ricardo Lewadowski, um dos 11 membros do Supremo Tribunal Federal, numa medida cautelar que concedeu em resposta ao recurso da oposição, e representa um novo revés para Bolsonaro, reputado negacionista e dos mais céticos sobre a gravidade da pandemia.

O Brasil, um dos países mais afetados pela covid-19, termina 2021 com mais de 619.000 mortes e cerca de 22,3 milhões de casos desde o início da pandemia, divulgou na sexta-feira o Conselho Nacional das Secretarias de Saúde (CONASS).

O número de vítimas e infeções foi em 2021 o dobro dos registados em 2020.

De acordo com os dados divulgados pelo CONASS, que reúne informações oficiais de todos os governos regionais do país, o Brasil registou na sexta-feira mais 72 mortes e 10.282 novos casos, acumulando 619.056 óbitos e 22.287.521 infeções desde o início da pandemia no país, em fevereiro de 2020.

Os números acumulados confirmam o Brasil, país com 213 milhões de habitantes, como o segundo com maior número de mortes por covid-19 no mundo, depois dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infeções, depois dos norte-americanos e da Índia.

A covid-19 provocou 5.428.240 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

 

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