"Ouvi alguém chamar a bola fora, pensei que o ponto estava parado e ele não se mexeu. Não sabia se iam repetir ou dar-me o ponto. Tenho de ver [a repetição] porque ainda não vi. Eu parei o ponto quando ouvi a bola fora. Talvez esteja errado, mas vou ver. Ele parou o ponto. Não sei se estava certo repetir ou dar-mo a mim, mas foi assim", começou por defender Garín.
Depois de vencer o primeiro parcial, por 6-2, o número 112 no ranking ATP carimbou o acesso à meia-final com uma vitória no 'tie-break' do segundo 'set', por 7-6 (7-3), após uma jogada algo polémica, na sequência da decisão do árbitro de entregar-lhe o ponto, mesmo tendo a sua bola ido fora.
"[Surpreendido com decisão] Não, porque pensei que ele tinha parado. Quando estávamos a discutir, ele [Nuno] disse que não tinha parado, mas para mim ele parou porque foi direto para ver a marca. Mas foi só um ponto. Depois disso, acho que jogámos mais uns 15 e o jogo foi um dos mais longos que já joguei. A atmosfera foi uma loucura depois disso e estou muito orgulhoso pela forma como lidei com isso. Mantive-me muito concentrado e foi muito bom para mim", acrescentou.
A estrear-se nos quartos do ATP 250 português, o número um nacional e 62.º do ranking mundial foi eliminado ao fim de duas horas e 10 minutos de um encontro que chegou a ter um ambiente tenso nas bancadas.
"Agora, estou orgulhoso, mas durante o encontro é um pouco irritante, porque cada vez que falhava ou fazia uma dupla falta eles vaiavam-me. Mas, de qualquer forma, já vi este tipo de coisas, tenho jogado a Taça Davis há muito e não foi a primeira vez. E eu percebo porque as pessoas queriam que o Nuno ganhasse. Já tenho experiência e tenho lidado cada vez melhor", avançou.
Após um ano "duro mentalmente e fisicamente", Cristian Garín diz estar "a tentar jogar a 100% e recuperar para competir com os melhores do Mundo." E a primeira qualificação para uma meia-final de um torneio ATP em dois anos já é um bom sinal.
"É tão importante, significa muito para mim. Desde terça-feira que tenho jogado muito bem, gosto de estar aqui em Portugal. Não pude jogar nos últimos anos e estou muito feliz por estar de volta. As condições são muito boas para mim, também tenho aproveitado a cidade e tem sido uma semana muito boa para mim. Há muito tempo que não chegava a uma meia-final. Tenho jogado muito bem e espero continuar assim", confessou o chileno.
Na próxima ronda, Garín, de 27 anos, terá pela frente o polaco Hubert Hurkacz, segundo cabeça de série do Estoril Open e, segundo lembra, "um top-10 mundial."
"Ele tem estado a ganhar grandes torneios, é alguém que respeito muito. Mas nas meias-finais nunca se sabe, há que competir. Vou competir. Hoje, sinto que lutei em todos os pontos e vou tentar fazer o mesmo. Vou fazer o meu jogo e tentar meter pressão", finalizou.
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