© Thierry Monasse/Getty Images
Cerca das 8:00 (6:00 em Lisboa), Ursula von der Leyen chegou a Kyiv para a sua oitava deslocação à Ucrânia desde que o país foi invadido pela Rússia há dois anos, rodeada por uma comitiva de funcionários europeus e por uma dezena de jornalistas baseados em Bruxelas, incluindo a agência Lusa.
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"A minha oitava visita a Kyiv ocorre numa altura crucial. A estação do aquecimento [fria] começa dentro de duas semanas e os ataques implacáveis da Rússia às infraestruturas energéticas civis da Ucrânia têm como objetivo infligir o máximo de danos, [pelo que] ajudaremos a Ucrânia nos seus corajosos esforços para ultrapassar esta situação", afirmou a líder do executivo comunitário em declarações à Lusa e aos outros meios europeus no local.
A visita surge também a um mês de se assinalarem os mil dias do conflito, causado pela invasão russa em fevereiro de 2022.
"Apresentarei ao Presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky o plano de preparação para o inverno da Comissão para a Ucrânia -- como um apoio suplementar no valor de cerca de 160 milhões de euros que ajudará a cobrir mais de 25% das necessidades de eletricidade do país -- e discutiremos também o nosso apoio à corajosa defesa da Ucrânia, para obrigar a Rússia a pagá-la através das receitas geradas pelos seus ativos congelados" na União Europeia (UE), referiu a responsável.
My 8th visit to Kyiv comes as theheating season starts soon, and Russia keeps targeting energy infrastructure.We will help Ukraine in its brave efforts.I come here to discuss Europe’s support.From winter preparedness to defence, to accession and progress on the G7 loans. pic.twitter.com/kxxWFA7eA0
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) September 20, 2024
De momento, a Comissão Europeia ultima a sua proposta sobre a parte referente à UE no empréstimo de 45 mil milhões de euros do G7 à Ucrânia.
"Irei discutir o progresso dos trabalhos relativos ao empréstimo do G7 [...], o que trará um alívio considerável ao orçamento ucraniano numa altura de necessidade", salientou Ursula von der Leyen, garantindo que "a UE desempenhará plenamente o seu papel".
Numa altura em que os 27 Estados-membros têm cerca de 200 mil milhões de euros em bens congelados do banco central russo, devido às sanções impostas pelo bloco à Rússia, Bruxelas quer usar as receitas geradas para cobrir o empréstimo, cujo valor que cabe ao bloco comunitário (entre os parceiros do G7) ainda está por designar.
As verbas destinam-se a apoiar o exército e a economia ucraniana quando o país se defende da Rússia e, de acordo com fontes europeias ouvidas pela Lusa, a ideia seria então recorrer aos lucros extraordinários dos ativos russos imobilizados na UE para o suportar.
Para tal avançar, a UE teria também de rever o seu enquadramento referente às sanções, já que, de momento, tem de renovar as medidas restritivas a cada seis meses e, caso um país não o queira fazer, isso colocaria em causa o apoio financeiro a Kyiv nesta modalidade. A Hungria tem sido bastante crítica do suporte europeu à Ucrânia, por exemplo.
Fontes europeias ligadas ao processo indicaram à Lusa que a instituição está a ultimar a sua proposta nestas duas vertentes, querendo avançar o mais rapidamente possível e discutir o assunto na cimeira europeia de outubro.
Na quinta-feira, a líder do executivo comunitário anunciou um apoio europeu de 160 milhões de euros para apoiar a preparação do inverno na Ucrânia, em abrigos e obras de reparação, sendo que 100 milhões provêm precisamente das receitas dos ativos russos imobilizados na União Europeia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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