General Mendes Ferrão: "Ninguém queria falar de capacidades de combate"

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Mendes Ferrão, anunciou que este ano será possível conseguir estancar a contínua redução de efetivos desde 2011 e defendeu um investimento permanente na Defesa.

© Divulgação Governo

País Exército Há 12 Horas POR Lusa

Em entrevista ao Diário de Notícias (DN) e à TSF, o general Mendes Ferrão diz que o principal problema do Exército está na falta de efetivos, mas adianta que este ano conseguiram implementar algumas medidas que contribuíram para recrutar mais, mas sobretudo para reter pessoas.

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"Uma das medidas foi uma melhoria comunicacional de proximidade com a juventude que queremos recrutar. O jovem começa a comunicar connosco desde o primeiro contacto, através do 'Whatsapp', tem um tutor dedicado que responde pessoalmente às suas dúvidas. Ainda é cedo para medir o alcance das medidas que recentemente foram aprovadas e que, sobretudo, se refletem no aumento do dinheiro vivo que os nossos militares têm ao fim do mês na sua conta", disse.

O chefe do Estado-Maior do Exército refere que 2024 vai terminar com os mesmos efetivos com que começaram em 2023, sublinhando que este ano atingiram as 4.500 candidaturas, igual ao número do todo o ano passado.

Na entrevista, o general Mendes Ferrão considerou que o investimento na Defesa tem de ser em contínuo, em permanência.

"Não podemos ter uma capacidade, depois apagou, depois queremos outra, Tudo isto demora muito tempo a construir nas suas vertentes. Não é só ter o equipamento, é preciso ter formação, infraestruturas, cuidar das pessoas. A história tem-nos mostrado que não temos conseguido manter um investimento constante na Defesa e, sobretudo, nos processos de reequipamento", salientou.

De acordo com o general, no "caso do Exército houve muitas capacidades que praticamente desapareceram" e "ninguém queria ouvir falar das capacidades de combate".

"Ora um Exército que não tem capacidades de combate não é um Exército", disse.

Questionado sobre se deveria haver adaptações à Lei da Programação Militar (LPM), tendo em conta o contexto atual, o general Mendes Ferrão avisa que vai ser preciso reforçar alguns dos programas que considera essenciais.

"Já na altura, o que estava na LPM não satisfazia todas as necessidades do Exército. Pensou-se em trabalhar com objetividade para cumprir aquilo que o país se comprometeu com a NATO para 2034. É assim que a nossa lei está desenhada. O que é que há agora de novo é o aumento dos preços e temos que fazer algumas variações, algumas capacidades que ganharam acrescida importância, nomeadamente a artilharia antiaérea. É crítica. Estamos sempre atrasados", disse.

Na entrevista, o chefe de Estado-Maior do Exército considerou também que o desinvestimento não coloca em causa a capacidade de Portugal estar envolvido nas operações internacionais.

"Nós somos muito criteriosos quando assumimos a responsabilidade de projetar forças para as missões. (...) Temos de defender a leste e estabilizar o sul (...). A leste, participando nas operações da NATO, integrados nos Multinacional Battle Groups, quer na Roménia, quer na Eslováquia, com forças médias e forças pesadas. Começamos no ano passado na Eslováquia e temos a expectativa de em 2025 aumentar aí a nossa presença", indicou, lembrando que Portugal tem pela primeira vez Operações Especiais em teatro europeu.

Questionado se um comandante militar daria um bom Presidente da República, o general disse que é a pessoa em si que conta e não a sua profissão.

Leia Também: Detido foragido que matou militar do Exército português no Rio de Janeiro

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