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O Ikea vai pagar seis milhões de euros a um fundo governamental alemão que é destinado à compensação das vítimas de trabalho forçado na Guerra Fria.
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A informação é avançada pela imprensa internacional, que dá conta de que presos políticos na Alemanha foram obrigados a montar móveis para a empresa de mobiliário.
A situação foi conhecida e denunciada por meios de comunicação suecos e alemães, que levaram a empresa a pedir uma investigação independente há mais de uma década.
Segundo a investigação, conduzida pela Ernst & Young, e citada pela CNN Internacional, na altura em que se começou a investigar, os representantes do Ikea já tinham provavelmente conhecimento das situações de trabalho forçado, que terão decorrido entre 1970 e 1980.
Dezenas de milhares de pessoas foram forçadas a trabalhar em fábricas instaladas na chamada antiga Alemanha de Leste (RDA), ocupada pela União Soviética de 1949 a 1990.
Muitos destes presos foram detidos por serem contra o regime comunista instalado nesta parte do país.
À CNN, o CEO e Diretor de Sustentabilidade da Ikea Alemanha, Walter Kadner, lamentou "profundamente que produtos para a Ikea também tenham sido produzidos por presos políticos na RDA". O responsável garantiu ainda que desde que a situação se tornou pública a empresa tem "trabalhado consistentemente para esclarecer a situação".
O acordo foi fechado entre a empresa e a União das Associações de Vítimas da Ditadura Comunista (UOGK), que se dedica na procura de justiça nestas situações. Dieter Dombrowski, o presidente da UOGK, descreveu o feito como "revolucionário".
"Percorremos o caminho da clarificação e o Ikea tratou os afetados com respeito. Esperamos que outras empresas sigam o exemplo, acrescentou Dombrowski.
Já em 2012, o antigo presidente da mesma associação deu conta de que a empresa sueca é "apenas a ponta do icebergue".
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