Andámos no Mercedes-Benz EQC e não foi apenas o silêncio que surpreendeu

Autonomia para mais de 400 quilómetros, 408 cv de potência, um design ligeiramente diferente do que vemos num Mercedes… motivos mais do que suficientes para gostar desde EQC, o primeiro elétrico de produção da marca alemã.

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Ruben Valente
19/03/2020 09:00 ‧ 19/03/2020 por Ruben Valente

Auto

Mercedes-Benz

Este é o primeiro SUV elétrico da Mercedes para a nova geração. O EQC assume-se como o primeiro modelo de uma nova estratégia de eletrificação da marca da estrela. O Desporto ao Minuto teve oportunidade de o testar pelas estradas de Lisboa e as impressões foram bastante positivas.

É certo que numa era em que os veículos elétricos se expandem a cada dia que passa, concorrência não falta ao EQC, mas a verdade é que tem argumentos muito próprios para se fixar em força no mercado.

Exterior

As suas linhas podem ter algumas parecenças com o GLC. São semelhanças que não acontecem por acaso, uma vez que os dois modelos partilham a mesma plataforma. No entanto, o EQC é talvez um dos mais distintos modelos da gama atual da Mercedes-Benz.

Com uma grelha frontal bastante pronunciada e as óticas LED Multibeam com rasgos azuis este modelo distancia-se numa primeira impressão de outros da marca alemã. As jantes de 19 polegadas também oferecem uma personalidade única ao EQC, tal como as entradas de ar no para-choques frontal.

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Na traseira, a ótica horizontal contínua, que percorre toda a traseira, confere-lhe igualmente uma marca de ‘modernidade’. Não tão agradável no design, a nosso ver, mas bastante funcional na mobilidade de um passageiro que apresente dificuldades nessa matéria, estão os degraus laterais. Não se trata de um SUV de elevadas dimensões, mas um ponto extra para a Mercedes que se lembrou que a entrada num veículo pode nem sempre ser uma tarefa fácil para todos.

Interior

Se nos colocassem uma venda nos olhos e só a tirassem quando estivéssemos no interior do EQC, mesmo sem olhar para os símbolos, sabíamos que estaríamos dentro de um Mercedes. O material é de excelente qualidade, desde o tablier aos estofos, mas a inovação não foi palavra de ordem.

O cockpit tem o mesmo visor contínuo, composto por dois ecrãs horizontais, que dispõem do sistema MBUX da Mercedes. No entanto, a versão para o EQC é especial, na medida em que contém funções específicas para o modelo, principalmente na gestão da autonomia e carregamento das baterias. O sistema diz-lhe, por exemplo, onde tem um local de carregamento mais próximo para o caso de ter poucos quilómetros de autonomia.

Por outro lado, a Mercedes implementou uma diferença no interior do EQC: as saídas de ventilação não se apresentam em forma circular, como nos restantes modelos, mas sim de forma retangular e… pintadas em Rose Gold.

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O destaque vai para as saídas de ventilação que abandonam a forma circular de uma turbina por uma forma retangular, e pintadas num tom único Rose Gold. Destaque também para o ajuste dos bancos frontais, que pode ser feito através de um sistema especial colocado nas portas do EQC.

Baterias e motores

As baterias são de 80 kWh constituídas por 384 células, divididas em seis módulos e ficam… no chão da plataforma. Sim, as baterias estão debaixo dos nossos pés e, também por isso, conferem ao EQC um baixo centro de gravidade que se revê na (excelente) perfomance do veículo.

Quanto à motorização, o EQC dispõe de dois motores elétricos, um por eixo, cada um com uma potência de 150 kW (204 cv) de potência. No total, este SUV 100% eletrificado da Mercedes tem uns impressionantes 408 cv de potência e 760 Nm de binário. Números que podem causar inveja a muitos desportivos.

No entanto, quanto à sua autonomia, a Mercedes promete perto de 417 km, mas foi algo que comprovámos ser quase impossível de atingir. Numa condução normal e, sendo otimistas, poderá chegar aos 400 km de autonomia. Repetimos, sendo otimistas...

Em estrada

“Já está ligado?”, é a pergunta que a maior parte dos condutores poderá fazer nas primeiras vezes que conduzir o EQC. O silêncio dentro do veículo é algo que a Mercedes tinha como objetivo. Um veículo elétrico já por si é silencioso, mas a marca alemã quis abafar todos os pequenos ruídos e, por isso, esforçou-se ao máximo neste sentido.

Fazemo-nos à estrada e rapidamente percebemos a imponência deste SUV. A sua potência, a segurança que transmite, a fluídez, mesmo em estradas mais sinuosas, são incríveis. A direção torna-se mais suave no modo ‘Sport’, mas nada que perturbe a condução nos restantes modos.

A suspensão absorve todas as irregularidades numa condução do dia-a-dia e recordamos os números assombrosos para um veículo com 2500kg. Dos 0 aos 100 km/h, o EQC consegue um registo de… 5,1 segundos.

E para que servem as patilhas no volante? Não, não é para a habitual troca de relações. Serve para ajustar a travagem regenerativa.

Passamos a explicar. O EQC traz consigo esta novidade que dá pelo nome de travagem regenerativa, uma espécie de travagem com o motor. Dispõe de cinco níveis D Auto, D + (sem regeneração), D, D – e, neste último nível, podemos conduzir apenas com o pedal do acelerador, sem ter que tocar no travão.

Porquê? É simples. Dada a força da regeneração disponível, a desacelaração acontece de forma eficaz e as luzes de travão são acionadas, mesmo numa descida.

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Carregamento

O Mercedes-Benz EQC está limitado a um carregamento máximo de 110 kW. Assim, carregar dos 10% aos 80% leva cerca de 40 minutos numa rede de alta velocidade IONITY.

Se recorrer a uma wallbox da marca alemã – existem duas versões de 22 kW ou 11 kW – um carregamento pode levar perto de 12 horas.

As duas opções são praticamente as únicas ‘realizáveis’, uma vez que se carregar o EQC totalmente (dos 0 aos 100% de bateria) numa tomada doméstica demorará mais de… 40 horas. Um dos principais fatores a melhorar num futuro ‘facelift’.

Por fim... o preço

Depois de ter chegado ao mercado português no final do mês de outubro, o Mercedes-Benz EQC custa 79.150€. Fique com as imagens na fotogaleria acima.

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