O grupo automóvel francês Renault está a deixar o mercado russo, mas conservou o direito de recompra dos seus ativos dentro de um período de cinco a seis anos, disse hoje o ministro de Comércio e Indústria russo, Denis Manturov.
"Entre aqueles que estão a discutir connosco a sua saída (do mercado russo) está a Renault", disse Manturov à agência de notícias russa Interfax, durante uma visita a Tashkent, no Uzbequistão.
Manturov explicou que devido à falta de recursos para manter a produção, o grupo automóvel francês decidiu desfazer-se de 68% das ações da fábrica da AvtoVaz, a maior da Rússia e da Europa de Leste, e 100% das da fábrica da Avtoframos, antiga Renault Russia.
O ministro indicou ser muito provável que a estatal NAMI adquira o pacote de ações da AvtoVaz, fabricantes da Lada, numa operação que por um valor nominal de "um rublo", com opção de recompra no prazo do próximo cinco ou seis anos.
"E se fizermos investimentos nesse período, estes serão incluídos no preço. Não haverá prendas", afirmou.
Manturov acrescentou que o mesmo mecanismo de transferência com opção de recompra será usado com as ações da Avtoframos, que permanecerão sob o controlo da cidade de Moscovo, onde está localizada a fábrica, que até março passado produzia vários modelos da Renault.
"Comprar não está nos nossos planos, muito menos nacionalizar. Mas se as empresas não podem garantir o fornecimento de componentes, não podemos esperar para sempre. Seremos obrigados a buscar alternativas", alertou Manturov.
Após o início da "operação militar especial" russa na Ucrânia em 24 de fevereiro, que causou um vendaval de sanções económicas contra a Rússia, inúmeras empresas estrangeiras deixaram o país.