Supremo reimpõe ordem a Trump para pagar 2 mil milhões de ajuda congelada

O Supremo Tribunal norte-americano, de maioria conservadora, reimpôs hoje uma decisão judicial ordenando ao Governo que retomasse os pagamentos às organizações de ajuda internacional, estimados entre 1,5 e dois mil milhões de dólares (1,39 e 1,85 mil milhões de euros).

Notícia

© Anna Moneymaker/Getty Images

Lusa
05/03/2025 16:30 ‧ ontem por Lusa

Mundo

EUA

Trata-se de uma das primeiras decisões tomadas pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos contra o Governo do Presidente republicano, Donald Trump, por uma estreita maioria de três juízes progressistas e dois conservadores, incluindo o Presidente daquela instância judicial, John Roberts, contra a opinião dos outros quatro conservadores.

 

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou no dia em que tomou posse, 20 de janeiro, uma ordem executiva ordenando o congelamento da ajuda internacional norte-americana durante 90 dias.

Mas um juiz federal, chamado a pronunciar-se no âmbito de um processo interposto por duas organizações que representam empresas, organizações não-governamentais (ONG) e outros beneficiários de ajuda dos Estados Unidos, suspendeu a decisão de congelar despesas que já tinham sido aprovadas pelo Congresso.

Ordenou então ao Departamento de Estado que retomasse antes de 27 de fevereiro esses pagamentos.

Contactado pelo Governo Trump, o Supremo Tribunal suspendeu administrativamente tal ordem algumas horas antes do fim do prazo, durante o período necessário para se pronunciar sobre o mérito do caso. Hoje, reimpô-la ao Governo.

Estando o prazo já ultrapassado, o Supremo reencaminhou o caso para um juiz de primeira instância definir um novo prazo, "tendo em conta a viabilidade de qualquer prazo para o cumprimento" da sua decisão inicial.

Em nome dos quatro conservadores que se opuseram à decisão do Supremo Tribunal, o juiz Samuel Alito declarou-se "estupefacto" na sua justificação escrita de sentido de voto.

"Hoje, o Tribunal dá um passo em falso extremamente infeliz ao recompensar um ato de arrogância judicial e ao impor uma penalização de 2 mil milhões de dólares aos contribuintes norte-americanos", afirmou Samuel Alito.

"O tribunal expressou claramente a sua frustração com o Governo, e os queixosos levantam graves preocupações quanto ao pagamento do trabalho efetuado" por organizações internacionais, reconheceu.

"Mas a solução ordenada [pelo juiz de primeira instância] é uma resposta demasiado extrema", considerou, referindo-se à intimação para pagar os montantes em dívida.

O Governo Trump anunciou há uma semana cortes maciços na ajuda internacional dos Estados Unidos, incluindo a eliminação de 92% do financiamento de programas no estrangeiro pela Agência Norte-Americana de Ajuda ao Desenvolvimento, a USAID, vangloriando-se de que iria "poupar aos contribuintes quase 60 mil milhões de dólares (55,7 mil milhões de euros)".

O congelamento da ajuda por Donald Trump causou choque e consternação na agência independente, criada por uma lei do Congresso dos Estados Unidos em 1961 e que gere um orçamento anual de 42,8 mil milhões de dólares (39,7 mil milhões de euros), o que representa, por si só, 42% da ajuda humanitária desembolsada em todo o mundo.

Durante a sua campanha presidencial, o candidato republicano tinha prometido reduzir o peso do Governo federal e diminuir as despesas, tendo, para o efeito, nomeado o seu amigo multimilionário Elon Musk para dirigir uma Comissão de Eficiência Governamental (DOGE).

Leia Também: Trump nomeia rapaz de 13 anos agente dos Serviços Secretos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas