"Perdemos um amigo leal do povo palestiniano e dos seus legítimos direitos, um forte defensor dos valores da paz, do amor e da fé em todo o mundo, e um verdadeiro amigo da paz e da justiça", disse Abbas, citado pela agência noticiosa oficial WAFA.
Abbas apresentou as "mais profundas condolências ao Vaticano e aos crentes de todo o mundo" pela morte de Francisco, que descreve como "um símbolo de tolerância, amor e fraternidade".
A WAFA destacou que Francisco "reconheceu o Estado da Palestina, hasteou a bandeira palestiniana no Vaticano e visitou Belém, onde foi recebido pelo Presidente Mahmoud Abbas".
O Papa Francisco morreu hoje às hoje às 07h35 locais (06h35 em Lisboa) na residência na Casa Santa Marta, na Cidade do Vaticano, anunciou o seu gabinete.
O grupo radical palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007 e enfrenta uma ofensiva israelita desde que atacou Israel em outubro de 2023, também destacou que Francisco "foi um firme defensor dos direitos legítimos" dos palestinianos.
"Especialmente na posição inabalável contra a guerra e os atos de genocídio perpetrados contra o nosso povo em Gaza nos últimos meses", afirmou Basem Naim, do gabinete político da organização, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Naim disse que "o mundo chora o falecimento de uma figura religiosa de primeiro plano, que dedicou o papado a fomentar o diálogo inter-religioso e a promover a paz em todo o mundo".
Também o Presidente libanês, Joseph Aoun, lamentou a morte de "um querido amigo" e apoiante do Líbano, considerando tratar-se de uma "perda para toda a humanidade", segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
"Sentimos a perda de um querido amigo e de um fervoroso apoiante (...). Nunca esqueceremos os repetidos apelos à proteção do Líbano e à preservação da sua identidade e diversidade", afirmou Aoun, o único presidente cristão do mundo árabe.
O Papa Francisco foi "uma voz poderosa para a justiça e a paz (...) e um defensor do diálogo entre religiões e culturas", acrescentou num comunicado.
O Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, afirmou que a morte de Francisco era "uma perda profunda para o mundo inteiro", porque o papa argentino "era uma voz de paz, amor e compaixão".
Sissi apresentou condolências e afirmou que Francisco foi uma figura mundial notável que "trabalhou incansavelmente para promover a tolerância e fomentar o diálogo".
"Foi um campeão da causa palestiniana, defendendo os direitos legítimos e apelando ao fim do conflito", acrescentou, de acordo com um comunicado da presidência citado pela AFP.
A última aparição pública de Francisco foi no domingo, na varanda central da fachada da Basílica de São Pedro, para a bênção "Urbi et Orbi" do Domingo de Páscoa.
O Papa percorreu a Praça de São Pedro num papamóvel durante vários minutos e até parou o veículo para abençoar algumas crianças, embora estivesse visivelmente ausente e com dificuldade de movimentos, segundo a EFE.
Ainda no domingo, recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, para apresentação de cumprimentos.
Francisco estava em convalescença depois de ter estado internado no Hospital Agostino Gemelli durante 38 dias, entre 14 de fevereiro e 23 de março, devido a uma pneumonia bilateral.
[Notícia atualizada às 15h13]
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