Detetive espanhol descobre identidade de Banksy após "aposta com filhos"

Segundo o advogado e diretor da Agência Método 3, o artista inglês é Robin Gunningham, nome já apontado por outras fontes.

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Notícias ao Minuto
20/04/2025 18:38 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

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Banksy

O mistério por detrás da identidade de Banksy pode finalmente ter sido resolvido. Pelo menos foi isso que garantiu o detetive espanhol Francisco Marco, que meteu as mãos à obra na sequência de uma "aposta" com os seus filhos. Segundo o advogado e diretor da Agência Método 3, o artista é o inglês Robin Gunningham, nome já apontado por outras fontes, ainda que sem as provas que este investigador arrecadou coloca agora em cima da mesa.

 

“Este trabalho nasceu de uma aposta com os meus filhos, que me desafiaram a ver se o encontrava. Comecei a partir do meu escritório em Barcelona. Fui às minhas fontes e mandei o meu pessoal para o terreno", contextualizou Francisco Marco ao La Otra Crónica, suplemento do jornal El Mundo.

O detetive descobriu, então, "a criação de um domínio informático de Banksy, L3ANSKY.COM, em 2009, registado em nome de Robin Gunningham."

Mas quem é, afinal, Robin Gunningham?

Nascido em Bristol, no Reino Unido, a 28 de julho de 1973, Gunningham é recordado pelos seus colegas de escola como um bom artista que se deixou 'apanhar' pela febre do graffiti em voga na década de 1980. Desde sempre que se dedicou a trabalhos satíricos sobre a política e a cultura pop, combinando o graffiti com os estênceis, uma técnica usada nas artes plásticas.

"Gunningham desaparece do mundo do graffiti quando começa a crescer profissionalmente. Primeiro chama-se a si próprio Robert Banks, depois não existe e aparece Banksy. Gunningham nunca disse nada, nem negou, nem confirmou que é Banksy, faz um jogo de desorientação. No início não queria ser identificado porque tinha de fugir à polícia, uma vez que o que faz é ilegal, e depois porque esse mistério o tornou grande e hoje faz parte da sua narrativa como autor. Agora, simplesmente não quer ser incomodado. Prova disso é a sua casa, superprotegida, cheia de câmaras, um bunker numa pequena aldeia a 30 quilómetros de Bristol", detalhou o investigador.

E há mais: é que o detetive encontrou uma série de obras originais de Banksy em propriedades diretamente ligadas a Gunningham, nomeadamente 'Flying Copper' e 'Kate Moss', que se situam perto de endereços onde o homem residia sob o seu nome legal ou pseudónimo.

Além disso, o relatório inclui registos de propriedade, contas de e-mail - como l3anksy@gmail.com - e documentos oficiais que ligam Gunningham a Banksy.

“No decurso do processo de investigação, deparei-me com uma estrutura financeira que girava em torno do nome fictício de David Jones, o nome verdadeiro de David Bowie e o pseudónimo usado por Gunningham para não comprometer a sua identidade. […] Esta mudança refletiu-se na ligação de empresas em que se verificou que Gunningham aparecia como o último acionista”, notou.

O advogado apurou também que Gunningham tem uma filha de cinco anos com a antiga ativista política de esquerda Joy Charlotte Millward, com a qual casou em Las Vegas, em 2006. Apesar da fortuna, a família vive de forma modesta, faz doações à comunidade e envolve-se no festival de música e no pub da aldeia, no condado de Somerset.

Francisco Marco assegurou que Banksy trabalha sozinho, ainda que seja "ajudado por empresas ou outros artistas em grandes instalações."

"A equipa que tem gerido a carreira de Banksy tem sido diversificada e evolutiva. Inicialmente, o fotógrafo Steve Lazarides desempenhou um papel fundamental como primeiro agente e distribuidor de Banksy, impulsionando as suas primeiras exposições e cimentando a sua presença no mundo da arte de rua, embora se tenham afastado. Posteriormente, Simon Durban estabeleceu-se como o principal contabilista e administrador de Banksy, coordenando a gestão financeira e a estruturação das empresas", disse.

E complementou: "Paralelamente, Holly Jane Cushing desempenhava funções operacionais essenciais, assegurando a correta administração das várias entidades que geriam a autenticidade da obra do artista. Quem sempre permaneceu, no entanto, foi Mark Howard Stephens, o advogado que defendeu e geriu os direitos de autor e a proteção legal da marca."

Leia Também: 'Crude Oil' de Banksy vendido por 5,2 milhões num leilão em Londres

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