A FIA lançou uma nova regra para o automobilismo mundial em 2023. O organismo proibiu os pilotos de prestarem declarações públicas de cariz político, religioso ou pessoal sem o seu consentimento. Lewis Hamilton, que tem vindo a dar a sua opinião sobre temas fraturantes há já alguns anos, comentou esta nova regra presente desde o dia 1 de janeiro no Código Desportivo Internacional.
Para o piloto britânico não faz sentido que se perca a liberdade de expressão e a possibilidade de intervir por pessoas que estejam numa situação de sofrimento e, por isso, coloca mesmo em causa a sua continuidade na Fórmula 1.
"2020 teve um grande impacto em mim. Sinto-me empoderado para me posicionar e falar abertamente sobre qualquer tema. Independentemente do que poderá advir, sei que há coisas que temos de falar e de fazer porque inúmeras pessoas estão a sofrer", começou por dizer o piloto da Mercedes, numa entrevista concedida ao New York Times.
"Se não posso defender os direitos humanos e não poderei continuar com aquilo que tenho vindo a fazer durante estes anos, prefiro não correr mais", sublinhou Hamilton.
"Ainda há muitos obstáculos que têm de ser superados. Espero que não seja assim por muito mais tempo, mas é triste ver que muitas coisas ainda existem até hoje. Se eu não puder conversar com as pessoas, se não puder falar sobre estes temas que são delicados... Eles não terão o impacto que é necessário. As organizações que podem mudar as coisas não vão gastar as suas energias para tentar melhorar estes aspetos.", concluiu.
O braço de ferro está iniciado. Irá a FIA ceder e colocar em risco a continuidade do heptacampeão do mundo na Fórmula 1?
