Todos os meses, o Auto ao Minuto dá a conhecer qual foi o primeiro carro de personalidades ligadas às mais variadas áreas do desporto na rubrica: "O primeiro carro de...".
Pedro Henriques, antigo árbitro da I Liga de futebol, desvendou-nos esta semana qual foi o primeiro automóvel que conduziu: Um Seat Marbella, de quatro lugares, a gasolina. Pedro Henriques lembra-se ainda que o pequeno carro era todo vermelho, equipado com um motor de 60 cv de potência, e que custou na altura… 600 contos – cerca de 3.000 euros atualmente.
Um carro especial para o ex-árbitro de futebol, que não esquece uma história vivida em 1992, ano em que já era oficial do exército e instrutor de fitness.
"Havia uma apresentação na comemoração do aniversário do Centro Militar de Educação Física e Equitação e Desportos. Pediram-me, como estava lá colocado, para eu levar o meu grupo de aeróbica, que eu tinha em Queluz, porque nós fazíamos apresentações", começou por contar.
"Vim buscar a Queluz um grupo de quatro alunas, aí para os seus seus 20, 21, 22… Eu na altura tinha uns 27. Vim fardado, obviamente, e levei-as no meu carro. Três atrás, onde só podia levar duas, e uma ao meu lado. Íamos com alguma pressa! Fui por dentro, por Pêro Pinheiro até chegar a Cheleiros e é exatamente aí que acontece uma situação insólita. Numa grande descida, como tínhamos pressa e o carro a subir não dava para muito, aproveitei para ultrapassar alguns carros. O que é que acontece? Vem um carro da GNR que me viu e que, apesar de eu não estar a transgredir, vinha com alguma velocidade. Aceleraram, vieram atrás de mim e fizeram-me encostar num género de uma ponte romana em Cheleiros".
Quando me pediram os documentos, ficaram assim a olhar para mim e nem sabiam se haviam dizer boa tarde, boa noite ou bom dia (risos)Pedro Henriques recorda-se que ficou apreensivo, mas rapidamente essa apreensão passou com toda a surpresa vivida pelas autoridades.
"Quando chegaram ao pé de mim estavam à espera de tudo, menos de um militar, ainda por cima Alferes, com um carro cheio de mulheres (risos). Quando me pediram os documentos, ficaram assim a olhar para mim e nem sabiam se haviam dizer boa tarde, boa noite ou bom dia (risos). Trataram-me logo pelo posto, ‘meu Alferes, vimos o carro com alguma velocidade’. E eu disse logo… Olhem, passa-se isto assim assim, eu vou com alguma pressa para o dia da minha unidade. Curiosamente, o carro da GNR também ia para lá! Até que eles me disseram: 'Olhe, venha atrás de nós, que já vi que está com pressa, por isso é só vir atrás de nós'", relatou Pedro Henriques.
Final da história? Pedro Henriques acabou por realizar os últimos 10 quilómetros… atrás da PSP.
"Não fui escoltado, obviamente, porque eles não podem fazer isso. Mas passei de uma situação em que provavelmente podia ser multado por excesso de velocidade, para chegar à minha unidade com a ajuda da polícia", concluiu.
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